quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Do lado direito do cérebro
Minha prima me deu um livro que saiu faz uns anos já. Se chama “A cientista que curou seu próprio cérebro”, da neuroanatomista americana Jill Bolte Taylor. Comecei a ler despretensiosamente – o tema parecia árido para uma pessoa avessa à ciência como eu – e me pegou pelo KI (pelo ventre, digamos assim). Ela conta como ela se recuperou de um derrame raríssimo que teve aos 37 anos. As duas coisas que mais me chamaram a atenção foi a descrição dela de como é viver sem o lado esquerdo do cérebro operante e a percepção sobre a energia das pessoas.
Como foi no hemisfério esquerdo que ela teve uma hemorragia, ela se via constantemente em um dilema entre a paz imensa que viver só com o lado direito proporcionou a ela – já que o esquerdo é um tagarela e muitas vezes um repressor – e o medo de perder absolutamente todas as funções coordenadas pelo lado canhoto. Se ela se deixasse se levar pela sensação inebriante, corria o risco de não se recuperar.
A questão da energia é ainda mais interessante. E serve como ensino para todos que têm alguém doente na família ou que trabalham com saúde. Ela percebeu que ela gastava muita energia para lembrar o significado de uma palavra simples como “atum”. E que o corpo demorava a responder quando ela tentava fazer movimentos banais como pegar uma colher. De forma que toda economia de energia era fundamental. Além de dormir muito para repor as reservas, ela passou a se poupar de quem lhe sugava a energia. Uma enfermeira mal educada, um médico que gritava, um amigo ansioso ou um parente com má vontade – com esses, ela não fazia nenhum esforço para mostrar progresso. Sabiamente, ela se guardava. Aos carinhosos, que falavam baixinho, que lhe afagavam o braço, que contavam histórias fofas, que respeitavam sua condição, ela respondia com pequenos sucessos diários que a levaram à total recuperação após oito anos.
E, aqui entre nós 3x30, não é preciso que alguém esteja doente para que seja tratado com carinho, não é mesmo? Tento, agora, descubrir a paz do lado direito do meu cérebro (sem precisar passar pelo que ela passou). E ficarei mais atenta aos que precisam de atenção especial.
Como foi no hemisfério esquerdo que ela teve uma hemorragia, ela se via constantemente em um dilema entre a paz imensa que viver só com o lado direito proporcionou a ela – já que o esquerdo é um tagarela e muitas vezes um repressor – e o medo de perder absolutamente todas as funções coordenadas pelo lado canhoto. Se ela se deixasse se levar pela sensação inebriante, corria o risco de não se recuperar.
A questão da energia é ainda mais interessante. E serve como ensino para todos que têm alguém doente na família ou que trabalham com saúde. Ela percebeu que ela gastava muita energia para lembrar o significado de uma palavra simples como “atum”. E que o corpo demorava a responder quando ela tentava fazer movimentos banais como pegar uma colher. De forma que toda economia de energia era fundamental. Além de dormir muito para repor as reservas, ela passou a se poupar de quem lhe sugava a energia. Uma enfermeira mal educada, um médico que gritava, um amigo ansioso ou um parente com má vontade – com esses, ela não fazia nenhum esforço para mostrar progresso. Sabiamente, ela se guardava. Aos carinhosos, que falavam baixinho, que lhe afagavam o braço, que contavam histórias fofas, que respeitavam sua condição, ela respondia com pequenos sucessos diários que a levaram à total recuperação após oito anos.
E, aqui entre nós 3x30, não é preciso que alguém esteja doente para que seja tratado com carinho, não é mesmo? Tento, agora, descubrir a paz do lado direito do meu cérebro (sem precisar passar pelo que ela passou). E ficarei mais atenta aos que precisam de atenção especial.
Muita paz e energia para todos!
Débora - A Separada
(Crédito da foto: Kip May)
10 comentários:
Ahhh que linda!!! A palestra dela é emocionante! Ela conta pessoalmente como foi esse processo...
6 de janeiro de 2011 às 09:15Ela é uma fofa! E vamos todos nos unir para sermos mais carinhosos uns com os outros...
Exercício gostoooooooso!
Bjo Prima...
.Olívia.
Que linda história Deb. A saúde nem sempre é lembrada até q seja perdia, dpeois disso, é lembrada e muito... Assim como os gestos gentis com as pessoas amadas que nos cercam.
6 de janeiro de 2011 às 09:19Parabéns pelo texto Deb!
Beijão!
Verônica
Eu gosto muito do meu lado esquerdo do cérebro. Se fosse pra perder um, que fosse o direito.
6 de janeiro de 2011 às 09:26Tô passada!!!
6 de janeiro de 2011 às 11:02Sabe o que fiquei pensando?
Quanto tempo perdemos com pessoas que "sugam nossa energia"!!!
Faz mal pra gente tb!!!
Amei a matéria e a dica!!!
Bjs
Isso é fato Deb, tem gente que suga a energia da gente de uma forma que não conseguimos sair do poço que estamos.
6 de janeiro de 2011 às 11:02Muito interessante a história. bjs
Que bacana. Adorei! Quando acabar de ler quero o livro emprestado, ok? rs
6 de janeiro de 2011 às 12:39Beijo
Geo
Nossa, muitoo interessante! Lembrei da minha mãe. Também quero emprestado...hehe.
6 de janeiro de 2011 às 14:44Deve ser um baita exercício, mas valioso.
E dar e receber carinho, é uma das melhores coisas da vida!
Um beijão.
Interessante.
6 de janeiro de 2011 às 20:41Mas confesso que não entendi muito bem... cada lado do cérebro tem sentidos bem oposos?
Beijos
Evelin
Oi Evelin,
7 de janeiro de 2011 às 12:22é isso mesmo. Cada lado é responsável por coisas diferentes. O esquerdo é mais racional, o direito é mais sensorial.
Como brinca a autora, quando a gente diz que "a mente diz uma coisa e o coração, outra", na verdade estamos dizendo que um lado do cérebro diz uma coisa e o outro, diz diferente.
beijos!
deb
ps: andarilho, ficar só com o esquerdo pode ser bem perigoso tb!!
Oi Deb,
9 de janeiro de 2011 às 17:42Agradeço a explicação.
Faz muito sentido essa brincadeira dela, mesmo preferindo acreditar que é o coração srr.
Não saberia dizer qual lado é melhor, o equilíbrio é a base da vida, não é mesmo?
bjo
Evelin
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