terça-feira, 17 de maio de 2011

Sou uma mulher ameba

Deu no Folha Equilíbrio da semana passada. Diz lá, num estudo bem bacana, que eu – e todas nós que temos entre 25 e 35 – somos parte de uma categoria chamada “mulher-ameba”. O nome é feio, mas o conceito é legal. Significa que a gente não quer ser como as mulheres mais velhas, acima de 35, que são as já famosas “mulheres-polvo”, aquelas que querem fazer muito mais coisas do que podem. Eu, honestamente, acho que tem muitas mulheres com menos de 35 que ainda são polvo, que ainda reproduzem esse perfil das mais velhas – assim como estas reproduziram durante um tempo o jeito masculinizado das mulheres que tinham 30 nos anos 80 (essas são as “mulheres-ombreiras”).

De qualquer forma, gostei de ser ameba. Me reconheci nisso. Faz uns quatro anos já que me dei conta de que não quero ser mulher-maravilha. Que se quero correr de manhã, não posso estudar inglês naquele dia. Que se quero ficar fora uns meses, não terei dinheiro para um carro. Que se quero ter filho, tenho que diminuir minha carga horária (eu saí do trabalho quando decidi engravidar, mas aí eu separei e fiquei sem filho e sem emprego, há!). Que se quero ir numa festa, não vou correr cedo no dia seguinte pela manhã. Ainda tento fazer algumas coisas ao mesmo tempo – como dirigir e mandar SMS (CET, não me leia!) – ou fazer entrevista pelo telefone e responder MSN. Mas já melhorei muito. Me conformei que escolhas implicam em desistências. Que existe um momento para cada coisa. Que é impossível querer abraçar o mundo e depois culpar as poucas horas do dia. E que viver em uma cidade como SP é ainda mais difícil, os percursos levam tempo, a burocracia consome horas, tudo tem fila.

Depois que assumi essa postura, me senti meio ameba mesmo. Meio marcha lenta, quase preguiçosa. Deu até um medinho de estar desistindo das coisas frenéticas da vida. Mas, querem, saber? Hoje eu estou gostando desse negócio de ser mulher ameba.

Qual será o nome da próxima geração?

Débora - A Solteira mais ameba que nunca (até esqueceu de assinar!)

ps: a matéria, na verdade, era sobre mulheres que não querem ter filhos, leia mais aqui

15 comentários:

Andarilho disse...

Mulher ameba é um nome muito feio. E nem ilustra direito o conceito, na minha opinião.

17 de maio de 2011 às 08:58
Lília disse...

Eu adorei isso, porque hoje eu faço o que não fazia antes, tipo ficar deitada o dia de domingo inteiro vendo filme e deixar de ir um churrasco e depois passar no shopping e ir visitar fulano, tudo isso em um mesmo dia.

Às vezes eu tb tenho medo de estar ficando velha, hehe, mas na boa, minha vida tem sido bem menos estressante!

17 de maio de 2011 às 10:29
A. Marcos disse...

Mulheres frutas dão mais água na boca...kkkk

17 de maio de 2011 às 11:27
Ana disse...

Acho que tento encontrar um equilíbrio entre ameba e polvo... difícil viu?

Nesse mundo louco é difícil não tentar fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas não quero ser uma mulher polvo, disso tenho certeza. Vejo de minha irmã com mais de 35 que é uma total mulher polvo: 2 filhos, trabalho, pilates, inglês, marido, coisas de casa... me canso só de pensar!

Vamos ver o que me espera quando meu baby chegar... falar é fácil né?

Bjs

17 de maio de 2011 às 11:35
olivia disse...

E eu??

De quem eh o post??? rsrsrsrsrsr

beeeejo
.olivia.

17 de maio de 2011 às 12:51
João do Espírito Santo disse...

Gostei da mulher-ameba,rsrsrs

Será que namorar com uma moça pertencente a esse grupo - pelo texto mais tranquila e aceita que não dá pra fazer tudo - deve ser também mais... tranquilo? Hum... gostei.

Beijos.

PS.: Deixa eu dar uma de sherlock holmes: a Bela postou ontem e pela idade, abaixo de 35, Deb?

17 de maio de 2011 às 13:24
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Grande João Holmes!!
Eu mesminha, amebinha.

Desculpa pessoal, é que ao mesmo tempo em qu estou enlouquecida com trabalho, já estou em ritmo de féeeeriasssss!

beijos

deb

17 de maio de 2011 às 14:00
Bruna Angeli disse...

O nome da "categoria"sim é feio, mas o texto está perfeito, vivia esse caos,lembro na época da faculdade,era estudar, trabalhar e ainda tava tirando a carta de motorista/motociclista me lembro que por um instante pensei que fosse pirar, só depois dei conta que temos que ir com mais calma... agora tento ser mais racional e aceitar o fazer uma coisa de cada fez, mas confesso que as vezes a sensação desacelerada me frusta. Mas acho que só assim conseguremos realizar e sermos felizes no processo e no resultado.

17 de maio de 2011 às 14:22
Unknown disse...

Meu sonho é ser mais ameba. Aliás, sonho não, meta, senão enlouqueço logo logo.

Bjs da Solteira Polvo Alucinado

17 de maio de 2011 às 15:01
Kézia disse...

tb tava em dúvida de quem tinha escrito. Achei que fosse a Bela.
Deb, acho que teus posts ficaram ainda melhores depois que você ficou solteira. Pode isso? Rs
Beijo

17 de maio de 2011 às 17:49
Paula Rocha disse...

Não li a matéria do Equilíbrio, mas tenho certeza que me encaixo na categoria mulher ameba. Sempre discordei da postura das "mulheres-ombreiras" (mesmo sem conhecer esse termo, hehe), que têm de se masculinizar para serem respeitadas, e também das "mulheres-polvo". Acho que é uma coisa de geração mesmo. Minha mãe é uma super polvo e sempre conseguia dar conta de tudo, até que viu seus sonhos caírem por terra quando o casamento com meu pai acabou. Eu, pelo contrário, quero é paz, tranquilidade, um dia de cada vez. Adoro ser ameba! E não sinto a menor culpa de ser preguiçosa, hehehe.

17 de maio de 2011 às 18:35
Claudia Jordão disse...

Debora, querida, você mais uma vez tem toooo-da razão. Eu acho que sou uma ameba que quer convencer o mundo que não dá pra ser polvo mas que enfrenta muitas dificuldades nessa missão. E olha que tenho menos que 35!

17 de maio de 2011 às 19:49
Roberta Lippi disse...

Oi, Débora, querida!!! Tudo bem? Você se lembra de mim??
Sempre venho fuçar aqui no seu blog mas nunca comento, né? Acho o máximo, viu?!
Eu vi essa matéria no Folha Equilíbrio e também achei muito besta esse nome ameba. Ameba me remete a uma coisa meio ruim, meio lesa. E não acho que essa é a característica das mulheres com esse perfil mencionado.
Também me encaixo nela (no limiiiiiite da idade já que cheguei nos 35). Depois que temos filhos, especialmente, aprendemos que não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo, apesar de termos que nos desdobrarmos em mil pra dar conta de tudo o que temos que fazer. Até gostaríamos de ser mulher maravilha mas aprendemos que não dá. Fazemos o que podemos. E tentamos achar o equilíbrio para sermos felizes com aquilo que temos.
Beijos,

Roberta Lippi
www.meuprojetinhodevida.blogspot.com

17 de maio de 2011 às 22:24
Débora. disse...

Hummm, dificil eu conseguir ser ameba....

Trabalho, faço uma pós, tenho uma sobrinha pequena para cuidar, casa para faxinar, já que minha mãe não tem pique para deixá-la como eu gosto, roupas pra lavar, carro pra cuidar, namorado pra dar assistência, cursos extracurriculares, unha, cabelo e os amigos que não posso deixar de lado, contas para pagar, médicos etc, etc...

Mas, vezenquando ficar um domingo à tarde só na cama vendo TV não mata ninguém, né.

Tento o equilíbrio, mas é difícil....

18 de maio de 2011 às 11:24
Sal disse...

adorei!!

é por ser ameba, que acho q fazer 69 é só de brincadeirinha... ou dou, ou me entrego... tudo na mesma hora não me permite aproveitar o 100% que cada prazer me proporciona!!

bjo

18 de maio de 2011 às 15:18