terça-feira, 25 de outubro de 2011

Lições do feminino: o dia em que eu virei uma deusa

Cheguei completamente esbaforida naquele spa maravilhoso no meio da Serra do Japi, em Jundiaí, próximo a São Paulo. Logo percebi que celular, ali, não funcionava. Um mulher mestiça, com o rosto todo maquiado, cheia de brilhos, me recebeu e pediu que, quando eu atravessasse aquele portal florido que estava a minha frente, deixasse para trás todo o mundo no qual eu estava acostumada a viver e fizesse um pedido especial para a nova vida que me esperava do outro lado. Não perdi a chance! Me concentrei, fiz meu pedido, dei o passo e ganhei um abraço. Não fazia a menor ideia do que aconteceria comigo dali em diante. Mergulhei no desconhecido.

Naquela mesma noite, tivemos uma palestra com a mestra Claudya Toledo e uma breve explicação do que seria aquele workshop de fim de semana chamado “Deusas”. O meu objetivo era fazer uma matéria, mas eu queria participar ativamente e tentar entender o que levou aquelas quase cinquenta mulheres a participar do evento.

Um breve parêntese: temos que entrevistar a Claudya para esse blog. Conhecida como a maior cupido do Brasil, ela é dona da agência A2 Encontros e já juntou muita gente ao longo das duas últimas décadas. Fecha parêntese.

Na sequencia da palestra, fizemos uma dinâmica em grupo que me passou a sensação de ser inspirado em um ritual xamânico. Me senti a própria mulher que corre com os lobos. Passada toda a energia masculina (forte!) e feminina (suaaaave) de uma para a outra, seguimos para um ritual meditativo de sauna + ofurô. Àquela altura, eu já tinha me desligado completamente de São Paulo e meu agito particular.

À mesa do café da manhã, no dia seguinte, tive minhas dúvidas se revelava minha verdadeira identidade: a de jornalista. Mas como a Fernanda Preto, fotógrafa, apareceu para me acompanhar em um dia de deusa, achei melhor dizer a real. A verdade é que eu sempre acho melhor dizer a verdade. Até quando parece imprudente. Apesar da insegurança inicial, as mulheres com quem conversei acabaram dividindo comigo suas histórias. Coisa que eu adoro, não à toa esse blog aqui tem três anos. Tinha de tudo, solteiras (acredito que a maioria, embora a Claudya tenha me chamado a atenção de que, ao dizer isso na matéria da Istoé, deixei algumas casadas que vão ao curso um pouco chateadas), algumas que tinham arranjado namorado logo após fazer o curso a primeira vez, casadas e divorciadas. Todas, entretanto, em busca de autoconhecimento.

No sábado, trabalhamos a nossa vaidade. Aprendemos a caminhar como deusas, a fazer a dança do cabelo – sensual –, depois colocamos arranjos floridos deles. Uma graça! As deusas mais graduadas nos ensinaram a fazer a maquiagem sagrada, inspirada em tradições indianas e ouvimos dicas preciosas sobre auto-estima, sedução e relacionamentos. Briguei horrores com o delineador e decidi que vou continuar sendo menos deusa se depender dele.

À noite, participamos de um ritual sagrado de uma pequena confraria de deusas. Uma espécie de clube secreto de mulheres, uma maçonaria às avessas. Coisa que não vale relato. Só vendo.

No último dia, mais algumas palavras sobre auto-estima, dicas de leituras e um de-li-ci-o-so alongamento dos signos (a parte de gêmeos, que é a que eu lembro, claro, consiste em massagear, esfregar e simular um sexo dos bãos entre o pulso esquerdo e direito). Nos despedimos com um abraço gigante e cheio de energia.

O que ficou para mim de mais gostoso e interessante foi a lição de que ser deusa tem menos a ver com a roupa, maquiagem e sedução alheia e muito mais em se reconectar com nossa divindade. Somos todos vida pura e, só por isso, já temos a obrigação de fazer essa dádiva valer a pena. Acordar e celebrar o dia que nasce é um ritual gostoso e necessário. Sorrir para o porteiro do seu prédio, para um desconhecido, gostar daquilo que se veste, daquilo que se fala, daquilo que se vê. Dar uma chance para que cada dia se torne especial, por simples que seja. E abusar daquela velha máxima que diz que quando a gente sorri ao mundo, o mundo sorri de volta.

Ficou também a lição de que nós mulheres temos muito mais facilidade de fazer tudo isso, de colorir o mundo e levar um teco de suavidade e graça – que não tem nada a ver com fragilidade e futilidade – para o dia a dia dos que estão ao nosso redor.

Não é, definitivamente, um curso no qual eu me inscreveria se não fosse pela minha profissão. Mas fico feliz que eu tenha tido a oportunidade de conhecer e tirar coisas bacanas para mim. E, ao final, percebi que mesmo eu sendo uma trintona danada de molequinha, eu sempre fui uma deusinha.

Débora – A Deusa

9 comentários:

Andarilho disse...

Muito bacana esse relato. Ou seria divino?

25 de outubro de 2011 às 08:53
Marta Melo disse...

Adorei o relato da sua experiência,e as lições então maravilhosas!!!

25 de outubro de 2011 às 12:10
Evelin disse...

Agito particular: tudo!

Que legal sua conclusão, Débora.
Outro dia, ouvi de uma coleguinha de turma, que se “enfeitar demais” é se afirmar em algo...
E, qual foi o pedido mesmo? Rsrs
Ah, e que venha a famosa Claudya!


Beijos

Evelin

25 de outubro de 2011 às 12:26
Melissa Setubal disse...

Lindo e muito delicado seu relato, Débora. A verdadeira expressão da Deusa :)
Obrigada por compartilhar esta experiência única.

25 de outubro de 2011 às 12:36
Anônimo disse...

Informações sobre o curso/ SPA?

25 de outubro de 2011 às 12:48
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

"Como uma deusa...."

Amei!!!

Beijos, beijos,

Bela - A Casada

25 de outubro de 2011 às 13:21
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Acho engraçado as pessoas pagarem para descobrir as coisas mais simples da vida. Mas tá valendo.

Bjs da Solteira

25 de outubro de 2011 às 15:54
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Anônima,

Informações nos links abaixo:

http://www.a2encontros.com.br/loja/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=17

O SPA:
www.spachantao.com.br

Solteira, o que é simples para vc pode ser bem complicado para o outro.

bjks!

deb

25 de outubro de 2011 às 16:22
Cláudya Toledo disse...

Olá Deusa Débora, amei saber de sua vivência durante o evento!
Você esteve no módulo 1 e os mistérios e ensinamentos vão se aprofundando muito na sequência, venha fazer outros!
Grande abraço e um big namastê

Cláudya Toledo
www.claudyatoledo.com.br

26 de outubro de 2011 às 19:17