quinta-feira, 3 de março de 2011

Posso dar um conselho? Não dê conselhos!

Um dia uma amiga chegou preocupada e me disse: Dé, você não pode deixar a Godofreda fazer aquela merda! A merda, no caso, era ir morar com o namorado. Fiquei meio sem reação: Oi? Afinal, o bonitão da Godofreda não era, até onde sei, assassino, alcoólatra nem 171. E, ainda assim, e se ela tivesse uma quedinha por um um-sete-um? Quem sou eu para deixar ou não alguém fazer alguma coisa? Já meti o bedelho de forma inconveniente na vida de amigos e parentes quando era mais nova. Hoje, não faço mais isso. Quer fazer algo que pode ser doloroso? Faz! Dói, mas a gente se recupera. Na nossa idade ninguém é mais criança – faz tempo. E se tudo der errado, serei sempre ombros e ouvidos. Só falo algo mais contundente quando alguém praticamente me intima a dar uma opinião, digamos assim, mais incisiva (amigas são terríveis quando apaixonadas, abandonadas, bêbadas e acima do peso).

Por ter adotado essa postura, fico pasma quando ouço gente me dando conselhos do tipo “não compre uma casa”, “não compre um carro”, “não namore homens carecas” ou “essa roupa te deixa gorda”. Não perguntei, perguntei? Pior ainda quando estou feliz contando uma conquista ou uma grande decisão e ouço da outra parte: você tem certeza de que é isso que quer? Por isso aprendi a ser meio surda quando quero. Se tenho muita certeza de que vale a pena pedir demissão para ir viver nas Ilhas Fiji vendendo Havaianas, as legítimas, só faço sorrir e me fazer de louca se alguém me diz que estou...louca.

Tenho cá para mim que a imensa maioria que opina de forma muito invasiva só que ter o prazer de mostrar que está certo. São os donos da verdade. E, quando tudo dá errado, a pessoa diz, babando de felicidade: não te avisei? Ta, Mãe Dinah, avisou. Mas eu quis quebrar a cara mesmo assim. Porque eu precisava. Porque só aprendemos, e crescemos, se vivemos. Fica você aí com sua bola de cristal e sua bolsa de apostas. Eu fico com a vida.

Por isso, aproveito esse post para ser exatamente isso tudo que condeno e dar uma de autoritária: tome muito cuidado ao dar conselhos!

(Estou ou não estou certa?)

Débora – A Separada

11 comentários:

Inaie disse...

Xi.... eu dou conselhos. E eu recebo conselhos. E pra dizer a verdade, eles me ajudam a botar perspectiva em algumas coisas.

As vezes, estou tao enlouquecida, digo envolvida em alguma coisa que perco o parametro. Ai vem o amigo palpiteiro ( que tem que te amar de paixao, querer o seu bem e ter muito bom senso) e te da um safanao, um conselho amigo ou tres palpites e te ajuda a ver as coisas com mais clareza.

Conselho nada mais e que um palpite - segue quem quer!!

Beijo

3 de março de 2011 às 00:44
Andarilho disse...

É o velho clichê: se conselho fosse bom, a gente vendia, e não dava.

3 de março de 2011 às 08:51
Olívia disse...

Vc eh minha maior conselheira!!! haahahahahah

Mas eu peço!

.Olívia.

3 de março de 2011 às 09:41
Anônimo disse...

Certíssima Débora,se fosse bom vendia na feira !!!

Beijinhos

3 de março de 2011 às 10:43
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Vc está certíssima, amiga. Arrasou com o post. Ando sem a mínima paciência com esses donos da verdade....E prestes a adotar uma política de tolerância zero nesse sentido, não permitindo mais que ninguém chegue batendo e opinando na minha vida sem ter nem porquê. Sem saber como eu vivo.

Mais respeito, por favor!!!

Também tive eu meus tempos de senhora da razão. Como diria Ronnie Von, mestre, "eu me arrependo". E tenho como meta de crescimento pessoal ser mais tolerante e positiva nessa vida, aceitando as escolhas dos outros e torcendo por eles. Não sou ninguém para julgar e meter o bedelho.

Beijão,

Bela - A Divorciada

3 de março de 2011 às 13:07
João do Espírito Santo disse...

Acho que só se deve dar o que se pede.

Quando a pessoa faz uma besteira por conta própria acho que a chance dela aprender são maiores. Afinal, ela não poderá creditar a outro a culpa.

Quando terminei um relacionamento, minha mãe disse algo de muita sabedoria: "Você estava apaixonado, estava como uma carreta ladeira abaixo. Sabia que iria dar errado mas deixei. Você tinha de aprender. Mas sem problemas, você apenderá boas lições e tocará a vida pra frente"

3 de março de 2011 às 13:09
SIL...Jasmim Flor ... disse...

Adorei a sua frase " Fique com sua bola de cristal e sua bolsa de apostas que eu fico com a vida".
Deb e Bela estão certíssimas, eu também tive minha fase e como gosto de falar muito já sabem mas estou me controlando, cada qual que cuide da sua vida, mas se precisar tem sempre um par de ouvidos e um ombo amigo para chorar as mágoas esse é o caminho.
Xêro!!!

3 de março de 2011 às 14:45
Anônimo disse...

Eu normalmente só dou conselhos se diretamente provocada, mesmo assim, fazendo questão de deixar claro que se trata da minha opinião e que existem muitas outras. Do contrário, ouço e só falo hã hã.
Eu nhein, mal dou conta das consequências das minhas próprias decisões...

Bjs da Solteira

3 de março de 2011 às 15:45
Ana C. Abrantes disse...

A expressão "conselho de amigo(a)" parece mesmo encerrar uma contradição nos próprios termos. Amizade é respeito.
Beijinhos,
Ana Carolina

3 de março de 2011 às 22:19
Ana Claudia disse...

Concordo total! Vem cá, nesse espaço aqui, pode quem já passou do comecinho dos trinta?

Ana Claudia - a deslumbrada.

9 de março de 2011 às 22:21
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Oi Ana Claudia,

Pode tudo!!! Temos leitoras dos 16 aos 70, numa boa!!!

Beijão,

Bela - A Divorciada

15 de março de 2011 às 15:22