sexta-feira, 24 de julho de 2009
A Retirada
E finalmente, com um certo atraso, aí vai o texto prometido no post A hora certa de se retirar. O autor é o Bert Hellinger, que criou a constelação.
Para começar esse fim de semana friiiiio e chuvoso (afe, isso não tem fim não?) com um texto-reflexão.
Bom fim de semana a todos!
Bitocas no coração
Débora - A Descasada
Retirar-se significa retroceder diante do que se mostra mais forte que nós. Com isso, nos subtraímos a seu influxo e poder, enfraquecendo-o e impondo-lhe limites. Esta retirada é, portanto, estratégica e temporária. Ela serve para conservar e concentrar as próprias forças. Faz parte de um movimento mais amplo, que não exclui um avanço posterior.
A retirada também pode ser necessária quando avançamos e invadimos indevidamente. Então retrocedemos diante de algo que orgulhosamente queríamos competir e que, com razão, se manifesta como maior e mais forte que nós. Esta retirada nos purifica. Através dela, recuamos para os nossos próprios limites e ficamos modestamente dentro deles.
Retiramo-nos também quando algo se completa, uma tarefa, um trabalho. Então o deixamos entregue ao seu próprio movimento e à sua própria força. Não o seguramos e não deixamos que nos segure por mais tempo. Essa maneira de retroceder recolhe para dentro o que estava sendo dirigido para fora: para outras coisas, para outras pessoas. No interior, isso se acalma, pode se renovar, ordenar e concentrar para um novo movimento ou uma nova tarefa.
A retirada também é oportuna quando algo foi superado – um saber, uma experiência, uma conquista – por mais útil, impulsionador e importante que tenha sido; o apego se converte num obstáculo para o novo – para um novo saber, uma nova experiência, um desafio inesperado. Abandonar o que foi, soltar o que guardávamos nos liberta para o definitivo e para o possível.
Também nos retiramos quando não somos mais necessários, quando outros tomam o nosso lugar, quando se aproxima e se impõe a despedida definitiva. Ela é a última retirada, o retorno ao centro, no qual torna a cair tudo o que se expandiu. Essa retirada, quando bem sucedida, é a recolhida entrada no definitivo.
8 comentários:
"Retirar-se significa retroceder diante do que se mostra mais forte que nós. Com isso, nos subtraímos a seu influxo e poder, enfraquecendo-o e impondo-lhe limites. Esta retirada é, portanto, estratégica e temporária. Ela serve para conservar e concentrar as próprias forças. Faz parte de um movimento mais amplo, que não exclui um avanço posterior."
24 de julho de 2009 às 23:52Então acho que sempre estive certa na maneira de agir e pensar a esse respeito... rs.
Ótimo texto. Bom fim de semana!
Acredito no texto...Infelizmente há momentos que mesmo que a gente sinta que o melhor caminho é a retirada, algo não nos deixa sair.
25 de julho de 2009 às 00:23Eu me sinto assim às vezes. Bjos
Está certíssimo, saber retirar-se é preciso. Adorei.
25 de julho de 2009 às 00:29Beijão e bom finde procê pra todo mundo,
Bela - A Divorciada
Nossa q texto lindo!! Profundo e intrigante. Só tenho uma pena nisto tudo é q este "retirar-se", a iniciativa geralmente tem q ser nossa, deixando no ar se foi certo ou errado, e deixando os outros sem entender, oq nem a gente entendeu. Pq a sinceridade q esperamos do outro lado não vem.
26 de julho de 2009 às 11:06Pegou meu raciocínio? rs
Bjs.
Este texto cai como uma luva e se aplica a muitas circunstâncias. Inclusive e especialmente, quando se trata de um momento difícil, quando alguém que amamos muito vai embora porque é chegada a hora de continuar a sua própria jornada.
26 de julho de 2009 às 23:02beijo carinhoso, Gio
Estava esperando por esse texto... Adorei...
27 de julho de 2009 às 10:05"o apego se converte num obstáculo para o novo – para um novo saber, uma nova experiência, um desafio inesperado."
E acredito muito nisso, a vida é uma caixinha de surpresa e sempre nos oferece desafios inesperados...
Bjos E otima Semana!!
Nossa que texto incrivel! Tenho uma amiga que rprecisa muito ler esse texto, nesse momento que ela está atravessando.
27 de julho de 2009 às 17:47Parabéns Deb, Lindo post!
Ótima reflexão! Valeu
30 de julho de 2009 às 15:54Postar um comentário