sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Trintonas que me inspiram

Aos 16 anos ela ficou grávida. Para o pânico dos meus avós e para vergonha da família da cidade pequena. O ano era 1987. Eu tinha oito anos. Não me lembro de muita coisa. Só do casamento dela com um daqueles vestidões bufantes típicos dos anos 80. E de que depois da menina, veio o menino. Em seguida, ela se separou. Imagine que coisa feia, nem vinte anos ela tinha e, já separada, carregava duas crianças pequenas. Pois essa mulher, minha tia, completa hoje 39 anos e uma história que tanto admiro.

Para dar conta do recado, trabalhou em tudo que ela conseguiu até prestar um concurso público. Está na mesma empresa há mais de quinze anos e, recentemente, para poder ter um cargo melhor, decidiu fazer faculdade. Entrou no ensino superior junto dos filhos. Formada no ano passado, anda dizendo que agora vai estudar inglês pois sabe que a empresa vai exportar serviço. Aquariana prática, enxerga longe.

Foi pai e mãe. Um pai bravo e rigoroso. Uma mãe terna e amorosa. Tentou ainda novas investidas com o pai dos filhos, mas sempre ciente de que dali não podia esperar muito. Um belo dia, desistiu. Alguns anos mais tarde ela encontrou um amor suave. Só foi ter sua própria casa quando os filhos já eram adolescentes. Para falar a verdade, a casa só ficou pronta para valer no ano passado. Construção feita ano após ano, tijolo por tijolo. E ainda realizou um sonho de infância – fez uma piscina que é a alegria da família toda.

Foi ela quem me ensinou que a gente pode ter tudo o que quer na vida, desde que tenha paciência e perseverança. Ela é a prova viva de algo que ouvi na semana passada de um entrevistado – de que a vida não é curta como se prega, mas comprida, dá tempo de fazer muita coisa.

Para compensar a educação sexual que não recebeu, fez questão de educar seus filhos para que sejam livres no amor, mas responsáveis. Que assumam suas broncas. O mesmo disse sobre bebidas e sobre trabalho. Sejam livres, independentes, felizes – desde que banquem suas escolhas.

Sou oito anos mais nova que ela. E oito anos mais velha que a filha dela. E sou amiga e fã das duas.

Tia Claudia, ou tia “Curudinha”, você é uma das minhas trintonas preferidas. Ao menos até o ano que vem.

Parabéns e muitos beijos!

Deburinha – A Descasada

14 comentários:

SAL disse...

Sem sooooooooooombra de duvida, vc fala da mãezona da prima Oliver ne?! hehehe...

Achei o maaaaaximo essa historia! E o fruto dela q tive o prazer de conhecer, tem razão de ser especial como é!

Parabéns pra mainha da Prima, q é um exemplo de mulher! Q conseguiu tudo q conseguiu, e, apesar da historia ter favorecido um possivel personagem, não se deixou ser vitima e nem amélia!

Ao contrario, se fez livre, independente e determinada!

E fala pra ela q qdo eu for treinar pra ser pérola no meio do ano, eu levo um presentinho típico das bandas de cá, mas quero ser convidada pra um desses churrascos famosos! ;)

bjo

29 de janeiro de 2010 às 00:51
Andarilho disse...

Concordo que a vida é muito longa.

29 de janeiro de 2010 às 08:37
Nina disse...

Adoreiiii esse texto Débora!
Parabéns à sua tia, um exemplo, sem dúvida!

beijo!

29 de janeiro de 2010 às 08:49
.Olívia T. disse...

Aiii EMOCIONANTE...

Deb...minha mãe é fuedaaaaa

Amo vc Deb...

Parabéns MAMY.

.Olívia. Prima e Filha

29 de janeiro de 2010 às 10:08
Paloma Varón disse...

Adorei esta história. E, sim, a vida é longa. E somos nós que a construímos e reconstruímos.
Beijos

29 de janeiro de 2010 às 10:30
leonel disse...

Acho que sou da parte minoritária deste blog, mas esta história tão ricamente narrada aí, não faz distinções sexuais a quem possa atingir. É um exemplo de superação, de alguém que vê longe um enorme caminho que ainda pode ser explorado e seguido. E que bom que têm histórias e pessoas assim! Tu que a descreveste deves ser uma privilegiada por ter tão perto, tão digno exemplo de superação e auto-confiança em seus potenciais. E a nós, que não estamos perto, cabe-nos retirar desta tua narrativa, todos os elementos necessários para fazer das palavras e atitudes (principalmente) forças motrizes para também nos superar a cada dia, e, nos explorar, naquilo que temos de melhor.

Obrigado por esta significativa partilha! E parabéns a esta mulher de coragem e visão!

Abraço!

29 de janeiro de 2010 às 11:37
Nikita Ferraz disse...

Deh, realmente ela um exemplo.
Agora, o problema é uma geminiana ter paciência para esperar tudo no seu tempo...ahahaha

Saudades,
Beijos

29 de janeiro de 2010 às 12:34
Renata Muniz disse...

Amei o blog.
Muito bacana parabéns!!!

29 de janeiro de 2010 às 15:28
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Tia Cláudia é tudo!!!! Ótima história, amei.

Beijão e parabéns para ela,

Bela - La Divorciada

29 de janeiro de 2010 às 15:31
Gabriela disse...

Ai... arrepiei! Sensacional essa história, me espelho é nesse tipo de mulher, rs, determinada, independente, persistente apesar de todas as pedras do nosso caminho!! Parabensssss tia cráudiaaaaa! Bjos!!

29 de janeiro de 2010 às 16:41
Leticia!.. disse...

texto lindoo...
e a vida longa... eu com meus 19 anos as vzs acho q jah passei por coisas incriveis e loucas o suficiente pra dizer q a vida tem mto tmpo...
não mto nem pouco, o suficiente ^^

29 de janeiro de 2010 às 19:13
Silvinha disse...

Bom, já fazem quase três anos que eu conheço a figura, e realmente sei o quanto ela lutou por tudo que tem na vida.

Sou a norinha dela, e pra mim, ela é minha segunda mãe, (pois a minha está bem longe), tenho um ótimo relacionamento com ela (melhor até do que com meu namorado 8D).

Parabéns, muitas coisas boas pra vc!

P.S. Legal vc ter gostado dos presentes ( camisa e almofada do curintias), e vamos no pacaembu esse ano, ver o timão!

beijos...


Silvinha ou melhor Tubinha!

30 de janeiro de 2010 às 15:40
Novas pisadas...novas pegadas... disse...
Este comentário foi removido pelo autor. 31 de janeiro de 2010 às 01:41
A Progettista disse...

Que linda essa história, adorei. Mais uma Cláudia, hehehe.

1 de fevereiro de 2010 às 19:46