quarta-feira, 30 de junho de 2010

Distribuindo sedução

Conhece o tipo? Vai dizer que não? As palavras podem soar meio ácidas, mas queridas (e queridos) que estão por aí, distribuindo sedução, custam a descer garganta abaixo.

Outro dia topei com um tipo desses, daqueles que dormiriam dentro de um tubo de formol se pudessem. O cabelo era loiríssimo, quilômetros de chapinha já passaram por lá. Até o rolo compressor de um trator, daqueles de sedimentar asfalto, já deve ter dado o ar da graça naquela cabeça que daria um braço para ser loira platinada eternamente.

E "distribuindo sedução" marcou presença, nem precisaria tanto esforço. Para completar, era mais um daqueles caroços sociais que, vez por outra, temos que engolir para não adicionar karma ruim - e desnecessário - às nossas vidas. Ô tarefa difícil!

Ao tomar a distância necessária, dá para contornar a situação. Até perceber que "distribuindo sedução" mede você de cima abaixo, como alguém que estuda o outro para traçar melhor o, assim digamos, ataque. Ah, sim, "distribuindo sedução" se acha sempre mais esperto que os mortais. Mas esta ilusão não é uma conclusão solitária. Participam dela também os condescentes, os bananas, os "que não querem se incomodar" e aquela turminha dos panos quentes que fazem um estrago danado na vida dos outros.

Sempre cercados destes que são a sua plateia favorita, "distribuindo sedução" segue por aí tentando imprimir a sua marca, já que é o máximo da categoria Humanidade que existe entre a Terra e a estratosfera - segundo o próprio ou a própria, claro.

Nada é natural em "distribuindo sedução". Os gestos são calculados e foram mimetizados de alguém considerado mais "fino"; atitude típica de quem teve, de forma tardia, alguma chance de educação, seja consciente ou por osmose. Vê-se que a pessoa tentou correr atrás do prejuízo ao adotar uma coreografia de finesse que deve desabar ladeira abaixo assim que fecha a porta de casa. Não existe brejeirice, nem simplicidade. Para "distribuindo sedução" essas são coisas que denotam pobreza e as tais posses - ou o simples fato de demonstrar qualquer capital intelectual adquirido sabe Deus onde - é mandatório para esta categoria (catiguria?).

"Distribuindo sedução" joga as fichas na simpatia para conquistar os do mesmo sexo, e na sedução enviezada e clichê para jogar charme ao sexo oposto. Geralmente, o índice de sucesso é satisfatório. Não fosse, não haveria tantos do tipo circulando por aí. O problema todo reside no pavio de quem percebe estar diante de um "distribuindo sedução" bem diante do nariz, ainda mais quando esta criatura conseguiu fazer alguns estragos na sua esquina da vida.

Aí, a paciência fica mesmo por um triz. "Será que posso me despedir de você?", pergunta a fofa sedutora. "Gostaria muito de te conhecer, de coração".

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Se despedir, pode. Mas me conhecer, sinceramente, não.

Giovana - está solteira

PS: Lady Gaga é só uma licença poética. "Distribuindo sedução" adora fazer poker face, rs

7 comentários:

Sac do Amor disse...

Não é à toa o título do blogue.

Tens estilo e faço votos de que continues assim.

Abraços cordiais.

30 de junho de 2010 às 06:25
Andarilho disse...

Eu não conheço pessoas assim não. Acho que sou tão anti-social q elas se afastam de mim, pois sentem que levarão umas 'porradas', hahaha.

30 de junho de 2010 às 08:48
Márcia de Albuquerque Alves disse...

Giovana, vou te contar, vez por outra encontro com esse tipo e ôoooooo situação chata, você não consegue se livrar da criatura kkkkk

bjs, adorei o post!

30 de junho de 2010 às 08:49
Madame Mim disse...

Muito boa a maneira como relatou o tipo e biotipo!!
O pior é que não há a mínima consciencia de que é insuportavelmente fora de qualquer esquadro!
Não se percebe, não se toca e acreditada piamente que é sedutor em todos os pequenos gestos...Argthhhhhh!!!
Parabéns!
Bjs

30 de junho de 2010 às 09:03
Anônimo disse...

putz. Conheço uma porção de gente assim.

30 de junho de 2010 às 10:26
Juju M. disse...

Genial a descrição, principalmente das caminhões de formol e chapa que passam por essas cabecinhas. Medo! "I see freak people". Beijo

30 de junho de 2010 às 13:02
Jessy disse...

AMEI! Só quem sai a noite pode atestar a veracidade das tuas descrições... heheheheh... Pq essas figuras dificilmente aparecem a luz do dia?
Bjos!

30 de junho de 2010 às 17:27