quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Separa ou não separa?

Nossa leitora nos chama. Hoje, quem abre o coração é a Joyce (nome fictício), de 36 anos. Seu dilema? Separar-se ou não. Aos fatos: no mesmo relacionamento há 20 anos, dos quais 14 casada, ela tem uma filha de um ano e meio com Júlio (nome fictício). Durante o namoro, eles ficaram apenas dois dias sem se ver. Sempre foram apaixonados e viveram uma relação tranquila, em que prevalece o diálogo e o respeito, mas, ao mesmo tempo, não exatamente completa no quesito intensidade, digamos.

Joyce se descreve como uma mulher muito intensa em tudo que faz: no amor, no trabalho, na vida. E, se por um lado nunca faltou estabilidade, por outro o seu casamento nunca foi aquilo que ela imaginou. Ou nunca foi tão quente como ela esperava, melhor dizendo. Hoje, ela acha que talvez tenha virado irmã do Júlio. Diz que o melhor de cada um já não é suficiente para o outro. Sexo? “Já morreu há tempos”, segundo ela.

Por tudo isso, ela está, “há uns três meses”, amadurecendo um rompimento. E tem na cabeça dúvidas grandes e sérias: “a culpa, a insegurança, a incerteza, a minha filha, a família, o julgamento, a comodidade, o Júlio”. A questão é que, apesar da dificuldade em decidir, ela não quer “se arrepender de não ter tomado essa decisão quando completar 50 anos”.

Diante disso, as “perguntas que não querem calar”, mas que Joyce quer que a gente a ajude a refletir a respeito, são: “tenho o direito de tirar o pai da minha filha da convivência dela?”, “não vou me arrepender?”, “como é viver sem alguém que te ame?”, “será que conseguirei viver apenas com a minha companhia?”. Nossa leitora diz ainda ter “medo de ficar solteira”, “medo devastador de ser divorciada”, “pavor de continuar casada”.

Lá vou eu dar a largada nos comentários: Joyce, queridona, suas palavras falam por você. Seu texto é o texto de alguém que está infeliz, que vive uma relação incompleta. Deu para sentir isso em cada linha. Reparou que, apesar do “medo de ficar solteira” e do “medo devastador de ser divorciada”, você tem “pavor” é de “continuar casada”? Gente, pavor não é pior do que medo? Você não acha que já respondeu para si mesma?

Sobre a sua baby: eu não sou mãe, mas sou filha. E, como tal, não gostaria de ver os meus pais juntos e infelizes. É muito mais saudável ter cada um no seu canto, mas sorrindo, de bem com a vida. Eu acho.

Não tenha medo de viver. E muito menos de ser divorciada!!! Garanto que tem lá as suas vantagens, hahaha!!! Mas sobre isso, caso você se separe, eu te falo depois. Fique bem, beijo grande.

Much love,

Isabela – A Divorciada

19 comentários:

Unknown disse...

SOu católica e vivo minha religião. Eu e meu marido fazemos parte do encontro de casais em nossa paróquia e como tal, sou a favor de se tentar tudo para manter o casamento. Mas apesar disso, sou a favor de ser feliz. Se o amor esfriou, se já não há tesão e se a convivência está difícil, talvez seja melhor separar. Filhos não salvam casamentos, ao contrário, até afundam de vez quando já não estão bem. OS filhos crescem e vão cuidar da própria vida e sobrará vc e seu marido, então é bom que haja amor aí.
Enfim, meu conselho é: cartas na mesa, jogo aberto, muito diálogo para tentar mudar essa situação ruim. Não há mais o que mudar? Já tentou de tudo? Então vai viver sua vida e ser feliz e dê a ele o direito de ser feliz também. Os filhos serão sempre filhos, convivendo ou não com seus pais.

9 de setembro de 2010 às 01:05
Eu sem Grande parte de Mim disse...

É sempre complicado... passei os ultimos 3 meses a tentar salvar o meu... e descobri, que não vale a pena. Quando se perde o sentimento, temos que ter força e seguir em frente, por mais que nos custe. Se você não ama mais seu marido... procure outra vida, deix-o também ser feliz, antes que aconteçam coisas que os magoem ainda mais. Lutei até á exaustão pelo meu, percebi que não vale a pena. O amor vai e vem, e nós nada podemos fazer quanto a isso. Força nesa hora que nunca é facil... para ninguém...

9 de setembro de 2010 às 06:28
Unknown disse...

Eu acho que vale a pena rever os motivos pelos quais vc esta infeliz, se tem campo para melhora da sua parte ou se so dele.
Pense muito bem e tente N possibilidades antes de tomar essa decisao,tive pais separados e isso é mto sofrido.

Bom dia moça linda!

9 de setembro de 2010 às 08:31
Andarilho disse...

Ai ai...

"tenho o direito de tirar o pai da minha filha da convivência dela?"

Não, mas a não ser que vc mude fugindo pro outro lado do mundo, uma separação não é tirar o pai da convivência da filha.

"não vou me arrepender?"

Vai, em algum momento em que vc estiver balançando, procurando por estabilidade, vai se arrepender. Mas tb, em algum momento, vai se arrepender se não for e ficar no mesmo lugar. Arrependimentos de momento vc vai sentir. A questão é quanto vão durar esses momentos.

"como é viver sem alguém que te ame?"

Basta vc se lembrar de como era antes. Só que, como vc tem uma filha, isso provavelmente nunca mais vai acontecer. Vai ter sempre alguém te amando.

"será que conseguirei viver apenas com a minha companhia?"

Claro que vai. Se vc não se matou até hoje, te garanto que não foi por outra pessoa.

9 de setembro de 2010 às 08:40
Paloma Varón disse...

Todo casamento passa por crises, mas esta parece duradoura. Neste caso, antes de me separar, eu daria uma cartada final: falatia francamente com ele que não queo uma relação fraterna e faria uma terapia de casal, investindo ampla,mente no campo sexual, pra ver se esquenta. Às vezes, é uma questão de ajuste, pois que relação nãp esfria após tantos anos? Tenta esquentar primeiro, eu acho.
E, sim, como mãe eu sei o quanto é difícil fazê-lo com filhos pequenos, mas, com um ano e meio, já dá para deixar o bebê com alguém e curtir uma noitada, uma viagem...
Beijos e boa sorte

9 de setembro de 2010 às 09:09
Márcia de Albuquerque Alves disse...

Belaaaaaaaaaa texto massa, conselho sensato!

Acredito que viver a dois infeliz é falta de respeito consigo mesmo. Vejo que a felicidade começa por se sentir bem com a situação atual, e como você mesma disse, pela carta Joyce já não está bem há algum tempo.
Acredito que tudo na vida é um risco, que viver assim na dúvida é muito doloroso, e concordo com você, a filha de vocês vai ser mais feliz se vocês estiverem felizes, isso não significa estarem juntos.

Ser feliz começa pela decisão, pela escolha.

bjs, Bela

9 de setembro de 2010 às 09:11
Unknown disse...

Queria dizer mais uma coisa sobre esse assunto: Joyce tem uma filhe de 1 ano e meio. Quando os filhos nascem, toda relação de casal esfria. Ou melhor, aumentam os laços de amor (se ali houverem) mas o tesão cai quase a zero. A mulher tem uma queda hormonal brusca e dedica-se a cuidar do rebento, amamentar e etc. O marido fica meio de lado e tem ciúmes. Por outro lado, ele pode já vir meio morno desde a gravidez, tem homens que não acham suas mulheres atraentes grávidas e depois então, levam certo tempo pra se animarem. Se o problema é basicamente sexual, a idéia da terapia de casal pode ajudar assim como o diálogo franco já sugerido anteriormente. Uma relação de tantos anos esfria mesmo. Mas eu sei que é possível renová-la, a minha mesmo deu um "up" enorme depois de muitos anos, estamos melhor agora do que quando éramos jovens e cheios de energia, pelo menos aprendemos a nos dar prazer. Acho que só não vale a pena investir se já não há amor, se a companhia do outro entedia ou causa mal estar, aí é melhor cair fora antes de perderem o respeito um pelo outro.

9 de setembro de 2010 às 10:59
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Alguém está tendo problemas para deixar comentários? Duas leitoras me escreveram desde a semana passada reclamando sobre isso.

Beijos a todos,

Bela - A Divorciada

9 de setembro de 2010 às 14:08
Anônimo disse...

Flor, meu conselho seria vc ler esse post como uma terceira pessoa. Tenho certeza q vc saberia oq aconselhar p/ vc mesma.
É normal a gente sentir medo do desconhecido. Mas pense que daqui 1ano, as coisas provavelmente estarão todas encaixadas e vc vai olhar pra trás e dizer: q bom q tomei uma atitude.

Mais importante de tudo, é q vc está se privando de ser feliz e privando ele tbm. Os dois merecem aproveitar a vida ao máximo e não ficarem presos um ao outro por causa das conveniencias.
Pode ser q vc fique um tempo sozinha, mas isso é tão bom. Vc aprende a gostar mais de vc, se conhece melhor e fica pronta pra conhecer uma nova pessoa mais pra frente e conseguri identificar que é exatamente aquilo q vc gosta.
Pais sempre serão pais. Vc não vai tirar o título de pai dele. O importante é manterem uma boa relação, mesmo que no comecinho isso seja difícil.

Ao meu ver, vc, como tantas outras pessoas, se casou com seu melhor amigo. E que bom, conseguiu ver isso e perceber que a vida não é para ser morna.

Boa sorte! Tenho certeza que vcs 3 vão ficar bem! É só um tempo de adaptação para a vida de todos...

Beijos

9 de setembro de 2010 às 14:38
Gabi Rosa disse...

Joyce minha amada, ñ tem como decidir isso por vc, mas podemos te passar diferentes opiniões... Por isso acho q vc deve pensar em alguns pontos: eu nasci pra viver feliz ou infeliz? Independente de religião alguém merece viver no "marromenu"? Vc acha q vivendo assim (insatisfeita) por mais algum tempo qual será o resultado? Quão é o tamanho da perceptividade da sua filha? Crianças ñ precebem a infelicidade dos pais?

São inúmeras perguntas e a escolha é mto difícil... a dica é: pense, tente, pense, repense mas jamais desista de ser feliz, seja solteira ou seja ao lado de seu marido.

Boa escolha! Bjs

9 de setembro de 2010 às 18:37
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Eu desconfio - e é só uma desconfiança - que quando a gente está "tentando salvar" o casamento, é pq ele já tá morto.

E pq temos tanto que "salvar" casamentos? Talvez eles tenham prazo de validade mesmo.

E apesar de entender perfeitamente todos os medos, uma coisa eu garanto: ninguém morre de "separação", nem pais, nem filhos.

Boa sorte!!!

O que tiver que acontecer, será bom de qq forma =D

bjsss

Deb

9 de setembro de 2010 às 20:08
Daniela disse...

Querida Joyce, não tome nehuma decisão enquanto não estiver segura, enquanto não tiver certeza do que quer. Ouça o seu coração e, quando ele indicar o caminho, você saberá. Não precisa ter medo de ser "uma divorciada" nem do que os outros vão pensar. Se for para o bem de vocês dois e da filha, sua familia e amigos estarão do seu lado. Quanto a ser "uma divorciada", nunca sofri preconceito de ninguém (familia, amigos, trabalho etc.). Força e coragem p/ vc. Daniela

9 de setembro de 2010 às 20:21
Meg disse...

Joyce, eu aconselho você ler o livro "As 5 linguagens do amor" e tentar salvar seu casamento. Leia e você entenderá o que estou dizendo.
Tenho 33 anos, nunca fui casada e não tenho filhos. Sei que minha perspectiva é outra. Mas, ao ler esse livro recomendado por uma amiga que dá curso para noivos prestes a se casar, percebi que poderia ter salvado meu relacionamento quase casamento de 7 anos, se tivesse sido menos "sonhadora" e tivesse desejado mais que o relacionamento desse certo.
O fato do relacionamento esfriar acontece com muitos casais. A diferença é se o companheiro vale a pena ou não. Não vi você reclamar dele em nenhum momento, pelo contrário, são dúvidas suas. Me parece que ele te ama, então, porque não tentar mais uma vez (pelo menos mais uma vez), dar uma chance para o pai de sua filha, e que (me parece) é um bom companheiro?
Leia o livro e você verá que é possível - inclusive - recuperar a chama da atração sexual.
Desejo - de coração - que você encontre seu caminho.

9 de setembro de 2010 às 21:59
Anônimo disse...

Mto bom

9 de setembro de 2010 às 22:56
Blog Sozinha ou Acompanhada disse...

Concordo em tudo com a Bela!
Mulher vai ser feliz..... vai viver sua sexualidade sem culpa, será um exemplo magnífico pra sua filha! E ser solteira tb é o máximo!ahahahaha....beijocas,
Mari.

10 de setembro de 2010 às 09:02
Juliana disse...

Oi Joyce!

também não sou casada nem tenho filhos, mas a sua história me fez lembrar a de uma grande amiga, cujo namoro e casamento acompanhei muito de perto do início ao fim. Quando decidiu se separar, ela também tinha uma filha pequena extremamente ligada ao pai, e seu grande medo era o de privá-la da convivência dele. Mas, pelo menos com relação a isso, posso te dizer: depois da decisão tomada e dos dois separados, a relação do pai com a filha, surpreendentemente, ganhou e muito. Porque a filha não precisava mais ver os pais brigando quase todas as noites, não convivia mais com a mãe chorando pelos cantos ou nervosa por tudo, e principalmente, passou a ter uma convivência muito mais intensa nos momentos em que estava com o pai - já que ele passou a se dedicar muito mais à relação com a filha, livre de ter que administrar os problemas do casamento no meio do caminho. Nem sempre o fato de morarem na mesma casa e ter proximidade física garante a qualidade de uma convivência, né? Foi o que aconteceu nesse caso de pai x filha.

Quanto a ela (minha amiga), uma pessoa extremamente sensível e "família", claro que passou por um período de adaptação à nova vida... com seus altos e baixos, mas posso garantir que vi nascer uma nova mulher, mais independente, mais segura e também mais madura para escolher seus caminhos com base na pessoa que realmente é, e não naquela que havia sido dez, doze anos atrás. Hoje, cinco anos depois da separação, ela está novamente casada com um homem que tem tudo a ver com ela, formou uma bonita família e de vez em quando rolam até uns almoços com todo mundo junto (já que o ex-marido também se casou novamente... rs).

Enfim, sei que cada caso é um caso e estou aqui resumindo muito uma história pessoal que também foi cheia de particularidades, mas o que concluo é: se e quando você tiver certeza (ou uma grande porção de certeza) sobre a forma como se sente e deseja viver, não tenha medo de tentar algo novo. Sua filha, com o passar do tempo, vai compreender sua decisão, pois tenho certeza de que amor não faltará para que você compartilhe com ela seus planos e sonhos para vocês duas. E, decidindo ir ou ficar, todos nós temos o direito de tentar mudar alguma coisa que nos faz infelizes. Resistências à mudança (principalmente de quem às vezes não tem nada com isso... rs) sempre há, mas a coragem de seguir aquilo em que você acredita sempre vale a pena.

Boa sorte e, seja qual for a sua decisão, desejo muita felicidade a vocês!
Abraços,
Juliana

10 de setembro de 2010 às 15:06
Anônimo disse...

Nao entendo muito sobre casamento, muito menos sobre divorcio.

Falando como Bela, como filha, afirmo que a melhor coisa que aconteceu foi a separacao dos meus pais. Na época não, claro. Mas hoje entendo bem.

Agora, tenha força e suporte as consequencias de sua escolha. Para isso esteja certa, 100% decidida.

Boa reflexão.

13 de setembro de 2010 às 00:02
Evelin disse...

Nao entendo muito sobre casamento, muito menos sobre divorcio.

Falando como Bela, como filha, afirmo que a melhor coisa que aconteceu foi a separacao dos meus pais. Na época não, claro. Mas hoje entendo bem.

Agora, tenha força e suporte as consequencias de sua escolha. Para isso esteja certa, 100% decidida.

Boa reflexão.

13 de setembro de 2010 às 00:04
Anônimo disse...

Queridona não sei quanto ao casamento... mas quanto a filha posso falar. Eu desejaria enormemente que meus pais tivessem se separado quando eu era criança. Isso evitaria muitos sofrimentos a mim.
Se o vcs convivem bem, sem brigas, podem ter o tempo que quiserem para tentar resgatar o relacionamento de vcs mas se há brigas ou falta de respeito e amor é melhor se separarem quanto antes.
mudando de assunto...
Não sei se estou errada mas penso que em todos os relacionamento vão ter altos e baixos. A rotina sempre apareçe para dar uma esfriada nas coisas mas, talvez, valha um último esforço em nome da família.
beijos e boa sorte

14 de setembro de 2010 às 23:56