terça-feira, 21 de setembro de 2010
O meu riso nervoso
Depois de dez anos ele me contou. Logo que me conheceu, um amigo muito próximo dele se incomodou com minha mania de rir. “Quem ri tanto assim deve ter algum problema”. Vejamos: tenho sim, vários. Um pai que desenvolveu uma espécie de autismo para se proteger das agruras dos tempos de criança. Uma mãe que construiu uma serenidade forçada para lidar com o peso de uma infância roubada. Uma irmã mais velha que até hoje não superou meu nascimento. E uma irmã mais nova que ainda não sabe a que veio. Não, o inferno não são os outros. Sou eu mesma. Eu cresci medrosa. Temia o fiasco, a rejeição, a bronca pública, o desamor. Cresci temendo ser mulher porque ser mulher me parecia o mesmo que ser fraca. Para não me intimidar e me fechar no meu casulo, eu comecei a rir. E foi um riso gostoso, largo, demorado. Uma gargalhada que me fez encontrar meu lugar no mundo. Um riso de alívio, de arrancar lágrimas dos olhos, de saber-me debochada e de fazer troça do que parece sem jeito.
O meu riso nervoso foi a minha libertação.
Problema na família quem não tem? – questionaria Chico. Você, ele, ela, nós. Eu.
Mas eu preferi rir disso tudo.
Débora – A Separada
O meu riso nervoso foi a minha libertação.
Problema na família quem não tem? – questionaria Chico. Você, ele, ela, nós. Eu.
Mas eu preferi rir disso tudo.
Débora – A Separada
27 comentários:
Eu não acho que quem ri muito tem problema. Claro, a não ser que a risada saia naquela hora em que a notícia que alguém morreu chegue, coisas hardcore assim. De reto, o bom é rir mesmo.
21 de setembro de 2010 às 00:14Olá
21 de setembro de 2010 às 00:19É comigo tem acontecido o seguinte depois de muitos anos no casulo sem sentir nem alegrias, nem tristezas, hoje recuperada dou risada de tudo, e como você é um riso solto, espontaneo sem medo de ser feliz.
Não tem quem não fale da minha risada e tem até quem fique fazendo graça só para me ver rir, eu digo o seguinte a vida já tem problemas o suficiente, então vamos rir e muito procurar o lado bom da vida e das pessoas e nunca ter medo de ser feliz.
Adorei o texto, bjs
Oi Deb, tava lendo tua história e me lembrando de um fato. Quando o pai do meu primo morreu, cheguei lá no velório e ao lado do caixão estava a esposa com um tique nervoso desses... ninguém se aguentava, todo mundo rindo no velório, porque a viúva não se controlava, ficava o tempo todo gargalhando kkkkk
21 de setembro de 2010 às 09:14O dela é um tique nervoso que não teve controle, os momentos que passei no velório foi o tempo todinho rindo, porque a risada dela era contagiante. kkk
bjs
Uma vez ouvi uma frase de uma professora de Psicologia, mais ou menos assim, "Nem sempre que os lábios estão sorrindo refleti o que se passa no coração" muitas fvezes rimos para disfarçar a tristeza...
21 de setembro de 2010 às 10:13Nossa!Como me identifiquei...tambem cresci com medos, mas ainda bem que ja me curei.Tambem dou muita risada!
21 de setembro de 2010 às 10:39Muito, muito, muito boa resposta.
21 de setembro de 2010 às 10:48Beijo
O mundo seria tão melhor se as pessoas rissem mais. O riso encanta, reduz o peso, contagia. O riso só incomoda, constrange aquele que não sabe rir.
21 de setembro de 2010 às 11:12Continue rindo, ainda que seja pra se defender.
Adorei o texto e amei a resposta que vc deu pra vida: rir! Rir da vida, rir da risada de alguém, rir dos problemas, rir de tudo. Eu também adoro rir e sorrir para todos que merecem ver um sorriso.
21 de setembro de 2010 às 11:43beijos
Corajoso seu texto!
21 de setembro de 2010 às 12:26Parabéns pela forma que encara a vida...
Estou com você, nada melhor do que rir sempre!
beijos
você é igual a mim.eu também rio bastante de nervoso.acho melhor rir, do que chorar...
21 de setembro de 2010 às 12:48bjs
"É melhor ser alegre do que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe..."
21 de setembro de 2010 às 13:02Sou igual a você nesse aspecto. Vejo graça em qualquer bobagem.
Sim, amiga, rir é o melhor remédio. Eu acho.
21 de setembro de 2010 às 14:29Beijão,
Bela - A Divorciada
Belo texto... pena que nao consegui me desligar dos problemas familiares e aprender a sorrir!
21 de setembro de 2010 às 14:38=/
kkkkkk
21 de setembro de 2010 às 17:33quer dizer que quem ri tem algum problema? Todo mundo tem problemas: Eu, Tu, eles...o Rico, o pobre, o feliz e o infeliz, etc...
Você nem sempre pode escolher seus próprios problemas... você pode achar, herdar, procurar, arrajar. Problemas até caem em você.
Nem sempre você se livra fácil deles
Mas o bom é que você pode sim escolher a sua reação e até rir deles!!! o que já diz a sebedoria popular: é o melhor remédio!!
pobre do tal amigo que ainda não descobriu isso.
Deb,
21 de setembro de 2010 às 18:06Um dia escrevi:
Terapia de mocinha: Se não se pode vencê-los...dê risada deles. Porque a felicidade é uma passageira clandestina. Você tem que legalizá-la. Depois, convide-a a sentar e acenar na janelinha.
Um beijo
Meu pai já me falou que eu rio demais. Aliás sempre fala que deveria ser mais comedida e rir menos... Sinceramente, acho o meu pai o máximo, mas nçao concordo com ele neste ponto. Rir me fez mais feliz, menos tímida, mais sociável e muito mais agradável. Aliás, minha gargalhada virou marca registrada na turma. Acho que o mundo está precisando de mais risos! Beijocas!
21 de setembro de 2010 às 18:23Ih meu, acho que tenho este problema também então kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkBjs
21 de setembro de 2010 às 19:00Ah, não se reprima!
21 de setembro de 2010 às 19:38A sorrir eu pretendo levar a vida, já dizia Cartola.
Menina, vários eu também por todo o seu texto!!
Um beijao!!
Riso gostoso e sorriso lindo!
21 de setembro de 2010 às 20:24Seja feliz, querida!
Beijo
"Deixe-me ir preciso andar, vou por aí a procurar rir pra não chorar"
Nossa, me identifiquei mto mto mto com sua história. Mas mto mesmo. Fiquei até arrepiada...tb saiu uma cara de choro. enfim
22 de setembro de 2010 às 00:18bjos bjos
Querida Débora!
22 de setembro de 2010 às 13:58Que INFELIZ!!!! Uma pessoa que não sabe apreciar uma boa risada, é mesmo inseguro!
Adorei seu post! Tão sensível, tão real!
Eu tb tenho a maior risadona....hahahahahahahahahahahahahahahahaahahahahahahaha.....
beijocas,
Mari.
Eu acho que o problema está justamente em quem não ri. E vou falar: pessoa que tira foto ou sorri sem mostrar os dentes, não sorri por completo, na minha opinião.
22 de setembro de 2010 às 14:19Adoooooro sorrisos :=)
Sen-sa-cio-nal este post!!!!!
23 de setembro de 2010 às 16:10Quem não ri das agruras da vida, ainda não sabe viver!
Beijo com mto carinho!
Genial!! Usei esta palavra agora há pouco, mas não poderia ser outra agora.
25 de setembro de 2010 às 19:47Corretíssma...
27 de setembro de 2010 às 09:02E vai chorar??? Tb cresci medrosa, com uma educação que nunca me mostrou quem eu era realmente...
Dá risada mesmo!!!
Abs,
Fabrícia
Que texto bacana!
20 de junho de 2011 às 23:32Cheguei no blog de vcs por acaso e o título deste texto me chamou a atenção de cara... me identifiquei.
Tbm sou dona de um riso nervoso. kkkk
No meu caso, o riso é uma forma de me safar de pessoas indiscretas: quando não quero responder perguntas meio constrangedoras ou quando não sei o que responder, apenas rio. Funciona!
Mas acho que o povo deve me achar meio estranha... haha. Nem ligo!
Abraços e parabéns, Débora, pelo blog!
Késia.
Muita gente se preocupando com vc e nenhuma querendo pagar suas contas. Ligue aquele famoso "botãozinho" e de risada mesmo.
2 de fevereiro de 2013 às 05:29Regards: Cavelson
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