segunda-feira, 13 de setembro de 2010
A Piegas Passional
O texto de hoje é da nossa leitora Alessandra Rocha, uma querida que nos escreveu na semana passada. E ainda mandou a foto acima para ilustrar o post. Um luxo, né? Espero que vocês gostem. Eu adorei. E me identifiquei com ela em diversos pontos, inclusive.
Beijão, Alessandra. Super obrigada por ser nossa leitora. E por ter escrito para nós. Apareça sempre.
Isabela – A Divorciada
Eu pensava que era moderna e que saberia levar um relacionamento adulto do jeito como a atualidade conduz, mas estava errada. Não sei lidar com “isso”. Ou sou muito piegas ou os relacionamentos se tornaram banais. Todos fogem de envolvimento temendo “quebrar a cara”, aproveitam os momentos, “Carpe Diem”, vão levando.... Eu sinto falta de pertencer a alguém por inteiro, corpo e alma. Queria ser suficiente pra alguém, bastar. Não por toda vida, mas pelo período em que fizesse parte dela. Eu me esforço...tento ser boa em algumas coisas.
Aos poucos começo a aprender que a pior parte de um relacionamento é não ser correspondido ao mesmo nível....esse descompasso de sentimento é cruel. Penso em esperar pra ver se a situação se reverte...e nada. Quando será recíproco? E Se isso nunca acontecer? Porque leram tantos contos de fada para mim na infância? Quando isso acontece invariavelmente eu choro...muito, ponho música brega pra estimular o choro, fossa com trilha sonora.
Reconheço ser um ser passional...me apaixono facilmente por coisas, sapatos, livros, músicas e até pessoas. Uma emoção ampliada,quase patológica. Se pudesse escolher, não iria querer ser assim. Riria de pessoas como eu... tão infantis, tão anos 60...
Mas as pessoas são seres fascinantes, suas peculiaridades as fazem especiais embora tão normais...como não se apaixonar por algumas delas eventualmente?
Aconteceu de novo, me apaixonei. Assim de repente, não sei se foi quando ele me contou que bebia um copinho de suco de madrugada ou quando eu o vi dormir de meias como um menino grande. Vontade de dizer:”Ei ...tá percebendo que to gostando de você?”, mas a adulta interior conseguia controlar as palavras, embora não escondesse o que diziam os olhos. Não basta pra mim ser uma “gracinha”, quero ser a graça da vida de um alguém.
Tô tão cansada...esses joguinhos sentimentais não me emocionam mais. Não quero jogar, quero ser eu mesma, passional, escalafobética às vezes... e alguém terá que me aceitar assim, porque vem junto com o pacote de outro monte de coisas boas. Também tenho qualidades, gosto de pensar que algumas são únicas e inerentes à minha pessoa.
Talvez eu tenha que começar a aceitar que para ser o bastante para alguém, tenha que primeiro bastar para mim mesma...e talvez essa seja a parte mais difícil, sou exigente.
Alessandra Rocha
Beijão, Alessandra. Super obrigada por ser nossa leitora. E por ter escrito para nós. Apareça sempre.
Isabela – A Divorciada
Eu pensava que era moderna e que saberia levar um relacionamento adulto do jeito como a atualidade conduz, mas estava errada. Não sei lidar com “isso”. Ou sou muito piegas ou os relacionamentos se tornaram banais. Todos fogem de envolvimento temendo “quebrar a cara”, aproveitam os momentos, “Carpe Diem”, vão levando.... Eu sinto falta de pertencer a alguém por inteiro, corpo e alma. Queria ser suficiente pra alguém, bastar. Não por toda vida, mas pelo período em que fizesse parte dela. Eu me esforço...tento ser boa em algumas coisas.
Aos poucos começo a aprender que a pior parte de um relacionamento é não ser correspondido ao mesmo nível....esse descompasso de sentimento é cruel. Penso em esperar pra ver se a situação se reverte...e nada. Quando será recíproco? E Se isso nunca acontecer? Porque leram tantos contos de fada para mim na infância? Quando isso acontece invariavelmente eu choro...muito, ponho música brega pra estimular o choro, fossa com trilha sonora.
Reconheço ser um ser passional...me apaixono facilmente por coisas, sapatos, livros, músicas e até pessoas. Uma emoção ampliada,quase patológica. Se pudesse escolher, não iria querer ser assim. Riria de pessoas como eu... tão infantis, tão anos 60...
Mas as pessoas são seres fascinantes, suas peculiaridades as fazem especiais embora tão normais...como não se apaixonar por algumas delas eventualmente?
Aconteceu de novo, me apaixonei. Assim de repente, não sei se foi quando ele me contou que bebia um copinho de suco de madrugada ou quando eu o vi dormir de meias como um menino grande. Vontade de dizer:”Ei ...tá percebendo que to gostando de você?”, mas a adulta interior conseguia controlar as palavras, embora não escondesse o que diziam os olhos. Não basta pra mim ser uma “gracinha”, quero ser a graça da vida de um alguém.
Tô tão cansada...esses joguinhos sentimentais não me emocionam mais. Não quero jogar, quero ser eu mesma, passional, escalafobética às vezes... e alguém terá que me aceitar assim, porque vem junto com o pacote de outro monte de coisas boas. Também tenho qualidades, gosto de pensar que algumas são únicas e inerentes à minha pessoa.
Talvez eu tenha que começar a aceitar que para ser o bastante para alguém, tenha que primeiro bastar para mim mesma...e talvez essa seja a parte mais difícil, sou exigente.
Alessandra Rocha
40 comentários:
Lindo texto...
13 de setembro de 2010 às 07:07Eu não escreveria tão bem sobre a situação...
Realmente sentimos falta dos amores dos contos de fadas...
felicidades
Muito legal o texto Alessandra, acredito que também faço determinadas reflexões porque relacionamento é algo que ainda estou aprendendo!
13 de setembro de 2010 às 08:36bjs
Muito bom o texto, Alessanra! Mande outros. Beijos
13 de setembro de 2010 às 09:18Não creio que a questão seja bastar pra alguém, mas procurar alguém que procure o mesmo que vc. Sem isso, nunca vai nada bastar.
13 de setembro de 2010 às 09:30ai Alessandra
13 de setembro de 2010 às 09:52me identifiquei bastante. Eu me acho meio anos 20. Olhando pela sacada, derrubando lencinhos, desmaiando com um aceno.... eiiita vida.
Beijo, meninas
Kézia
Alessandra,
13 de setembro de 2010 às 10:01Só alguém muito especial poderia escrever um texto assim. E não há nada de errado com você, viu? O mundo é que está de cabeça pra baixo, com gente egoísta demais, que se basta demais... E pior: que não percebe o quanto está perdendo.
Bjs
Lu
http://decoresalteado10.blogspot.com/
Muito bom o texto, Alessandra!
13 de setembro de 2010 às 10:59Mande outros...
Beijos.
Oi alessandra, muito profundo que voce escreveu, mas vou lhe dizer uma coisa, o que nos ajuda a estabelecer as prioridades certas e a gerir bem o nosso tempo é a consciência de que só temos de trabalhar com o dia de hoje, pois o passado está irremediavelmente perdido e o futuro é apenas uma possibilidade.
13 de setembro de 2010 às 11:28Beijos!
Maravilhoso o seu texto!
13 de setembro de 2010 às 12:12E nem você e nem o mundo estão equivocados.
É ser humano, e ser intenso, que faz tudo parecer desencaixado.
Mas tudo se encaixa.
E não precisa fazer tipo não. Tem sempre um doido que gosta da gente da forma que se é. Os outros para quem vale o teatro dos relacionamentos, ah, esses são só for fun.
beijo, lindona
ÓTIMA SEMANA, PESSOAL!!
deb
Gente...essa mulher é minha mãe. Ela é maravilhosa, se existisse um principe de cavalo branco seria pouco pra ela! Se lima mãe...vc é uma gatona!
13 de setembro de 2010 às 12:19Amanda 13 anos
"Talvez eu tenha que começar a aceitar que para ser o bastante para alguém, tenha que primeiro bastar para mim mesma...e talvez essa seja a parte mais difícil, sou exigente."
13 de setembro de 2010 às 12:20Como assim Alessandra?!
Você não é boa o suficiente nem para você mesma??? Você não se basta para você?!
Ta faltando o que mesmo?????
Olha, minha opinião, o problema das pessoas de hoje é tentarem mascarar o que não são, esconder seus pequenos defeitos, angustias, forma de pensar e ate mesmo qualidades...
O bom mesmo é sempre ser autentico!
Somos seres únicos e por isso distintos um do outro, será que isso é tão difícil assim de entender?!
Para que querer ser o espelho de alguém?! Para que forçar a nossa natureza já que sabemos que não iremos segurar por muito tempo?
Como diria um amigo meu, um bom baiano, RELAXA!
beijos
PS: Belinha, sempre lendo seus maravilhosos textos e comentários. Estou sumido não, só escrevendo pouco esses dias! Beijos!
Lindo o texto Alessandra parabéns... vc é uma mulher incrivel
13 de setembro de 2010 às 12:43Adorei seu texto Alessandra! Inteligente, claro, muito bem escrito e, principalmente, humano. Você está de parabéns!!!
13 de setembro de 2010 às 13:14Bjs,
Carlos
Adorei seu texto Alessandra! Inteligente, claro, muito bem escrito e, principalmente, humano. Você está de parabéns!!!
13 de setembro de 2010 às 13:14Bjs,
Carlos
É mana, se apaixonar com facilidade é coisa de gente intensa, eu sou assim, me apaixono por tudo!
13 de setembro de 2010 às 13:35adorei o texto!
Lindo Texto!!
13 de setembro de 2010 às 13:58Super me identifico também! Mas enquanto não achamos ninguém que nos complete ou que faça por merecer é melhor ficar no silencio, pelo menos pra mim!
Boa sorte e espero que o conquiste!!
Alessandra,
13 de setembro de 2010 às 14:01continue sendo assim, intensa. Como se diz, seja quente ou seja fria mas não seja morna. Não, é muito chato. Há vários outros como você, inclusive eu...
Contudo, porém, todavia uma pergunta me persegue há tempos: porque duas pessoas intensas não se juntam? Por que sofremos em procurar o descompasso?
Bjs e ótimo texto!
Jeff
Pelos comentário, você percebe que não á a unica que se sente assim... goste de você, o problema não é seu, simplesmente as pessoas hoje se esqueceram do que realmente é importante.
13 de setembro de 2010 às 14:01Só pensam no momento e em si, ninguém mais quer romantismo, nem amor... mas o prazer do momento, a vertigem e viver a 1000 a hora.
O mundo está cheio de gente como você, como eu, almas errantes que ainda acreditam nos sentimentos...
Força e lute só por você...
Seu texto foi tocante Alessandra, é uma pena que mulheres maravilhosas como você estejam sozinhas, mas infelizmente a banalidade esta cada vez mais presente nas relações humanos.
13 de setembro de 2010 às 16:35Viramos um sub-produto e com pouco valor no mercado.
Qualidades físicas são valorizadas acima de quaisquer outras e quantidade vale mais que qualidade.
Espero que a sorte sorria para você como sorriu para mim.
bjs
Obrigada pelos elogios... realmente o texto foi escrito com o coração ao som da Gloria Gaynor cantanto I Will Survive e uma taça de vinho tinto( sem marca rsrs).
13 de setembro de 2010 às 18:22Que gracinha minha filha de 13 anos postando...rs
Estou apreciando e aprendendo com cada comentário e como diria um amigo meu : muito thank you!
Queria deixar claro que nao é exclusividade das mulheres...
13 de setembro de 2010 às 18:45Olha eu aqui sonhador e romântico!
Adoro esse blog!
Andavas sumida, Alê... E de repente te acho aqui com esse textinho bem no seu estilo. Simples, mas comovente. Você é uma romântica como eu, por isso eu consigo gostar do seu trabalho até mesmo nas vezes em que você não tem certeza se gosta dela. Publique mais, Alessandra. Você tem talento, e nós merecemos.
13 de setembro de 2010 às 19:00"Sim.....muitooooo bom o texto."
13 de setembro de 2010 às 19:35Alessandra colocou um monte de gente para refletir...
Inclusive eu...
Beijos "Isabela", rs,rs,rs
ops quero dizer um grande beijo
Alessandra...
Como escreve bem heim....
"Luciano"
Oi, Alê! Olá , meninas!
13 de setembro de 2010 às 19:43Texto ótimo. Vida ótima, não acha? Concordo com a Deb... Somos humanos, intensos, imprevisíveis e fantásticos! E a vida é assim. Nem sempre gostamos de quem está na nossa sintonia. E o que temos que fazer? Continuar na busca, sintonizar bem a nossa estação e uma hora tudo se encaixa, mesmo que seja por pouco tempo... E procure se "bastar", Alê! Acredito que numa relação somamos 2 inteiros... Beijocas!
Ale, parabéns pelo texto, me identifiquei muito com ele. Infelizmente vivemos num mundo em que as pessoas banalizaram os sentimentos e você os mantêm. Não há nada de errado com você e sim com as pessoas que perderam o rumo. Continue assim, pois você se mostra uma pessoa linda, tanto por dentro quanto por fora.
13 de setembro de 2010 às 20:05Bjs
"quero ser eu mesma, passional, escalafobética às vezes... e alguém terá que me aceitar assim, porque vem junto com o pacote de outro monte de coisas boas"
13 de setembro de 2010 às 21:14No fundo, todos queremos isso e temos medo de admitir.
Parabéns, Alessandra, o post ficou ótimo!
Algumas pessoas, não se contentam em passar pelo mundo, tem que deixar sua marca onde passam, as vezes deixam passos profundos, as vezes deixam seu suave perfume, mas nunca deixam de marcar os lugares por onde passam e as pessoas com quem convivem, assim é essa minha amiga Alessandra...intensa, focada mas multifocada, tem dentro de uma pessoa só, um monte de pessoas, tem a mulher moderna de sapato rosa, e tem a dama a moda antiga que espera pacientemente que lhe abram a porta (e gosta disso!!) tem a fotografa, tem a mae, a mulher , a profissional competentee a grande escritora. Beijos, seu texto é otimo. Deomarides
13 de setembro de 2010 às 21:35Adorei Bela e Alessandra!
13 de setembro de 2010 às 21:58Tb me identifico muito com toda essa paixão e intensidade!
Uma vez um ex amor me disse, "Nossa vc é tão intensa", como se dissesse: "Nossa você tem lepra!!!" hahahaha... A indiferença é mesmo uma bosta!
Prefiro a intensidade, a paixão, me jogar! Sempre achei que vale muito mais a pena...
beijocas,
Mari.
Muito bom, amei parabéns pelo texto!!
13 de setembro de 2010 às 22:43Eu adorei texto, voce escreve muito bem porque tem sentimento e verdade.
13 de setembro de 2010 às 22:53sempre me orgulho de você, parabens!
continue escrevendo com esta leveza e força ao bem combinadas
pena que seja baseado em fatos reais, mas a história pode não ter acado ainda...Acabou?
Cristina
Legal, Alessandra!
13 de setembro de 2010 às 23:29Boa crônica!
Forte abraço,
Paz e Bem!
Alessandra nao me surpreende com a qualidade de seus textos. Conheço-a àlgum tempo quando ela postou em minha comunidade de escritores d orkut. Admiro muito mulheres que tem essa capacidade nata de escrever sobre as intimidades do ser humano, sem a hipocrisia que em nossa sociedade humana impera. Parábens menina, por mais esse delicioso texto que apesar do tema um tanto amargo, termina de uma forma singela e dá uma liçao de moral pra muita gente que precisa aprender que amar é se doar eternamente enquanto dure.
13 de setembro de 2010 às 23:36Encantador... "haverá alguem q vc possa falar e gritar sem medo de ser feliz" =)
14 de setembro de 2010 às 08:49Muito bonito o seu texto Alessandra!
14 de setembro de 2010 às 10:52Sentimentos a flor da pele... Me fez refletir, especialmente quando você cita dos tantos contos de fadas que nos contam quando infantos.
Parabéns!
Beijos.
Alessandra,
14 de setembro de 2010 às 12:53Seja só vc!! E será feliz!
bjks
adri
Eiiita Alessandra, palavras realmente feitas de coração né, mais um vez surpreendo-me por sua criatividade, acredito q vc é expert, por usar um vocabulário q não está inserido no cotidiano de algumas pessoas, mas q ficou perfeitamente subentendido dentro do seu contexto. (Piegas Passional) Haaa e não leram contos de fada para mim não, mas eu gosto do faz de conta o principe vem com defeitos como todos os humanos mas ele vem só não sabemos por quanto tempo ele fica...bjos escreva e arraze
14 de setembro de 2010 às 21:10Lindo!!! Me identifiquei muito. Sinto que as pessoas hj em dia tem muito medo de se relacionar e de serem elas mesmas...
15 de setembro de 2010 às 08:24Escreva mais vezes.
BJS!!!!
ai que lindo alessandra !!!
20 de setembro de 2010 às 12:48"...Eu sinto falta de pertencer a alguém por inteiro, corpo e alma..."
só uma perguntinha: vc nunca descepcionou ninguém ? alguém que tb queria c entregar de corpo e alma e esperava o mesmo de vc ?
Alessandra,
7 de outubro de 2010 às 17:08Parabéns pelo texto! Está lindo.
Um beijo grande, e continue assim inspirada.
;)
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