segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
O dia do saci
Uma carioca sair num bloco de São Paulo, em plena terça-feira gorda, soa quase a ver um saci saracoteando no meio da rua. Quem vir o espoleta do cachimbo por aí, por favor, avise, porque a carioca quer saber. Chamava "Agora, vai!". Isso, o tal bloco... Convidada por uma amiga, lá fui eu. Não que seja grande fã de Carnaval, mas blocos é algo que curto.
No Rio, eles já são tradição multiplicada por mil. Alguns saem tão cedo por lá que nunca fui. Tentei várias vezes, mas acordar 7h30 da manhã pra sair num bloco não dá... O "Agora, vai!" tinha horário convidativo, 18h. E logo descobri o porquê do nome, levou horas para a massa de gente dar o primeiro passo.
A marchinha deste ano era sobre enchentes, nada mais "em casa" para quem vive em São Paulo. Uma das frases falava em "gases poluentes". Complexo para uma singela musiquinha de bloco. Ah, sim, e não havia onomatopéias de qualquer espécie na canção. Ou você aprendia a letra ou ficava perdido no coro. Hoje entendo a função melodiosa de um "aláláô, eô". É o oásis de quem não tem saco para aprender a música, ou não sabe mesmo. O "aê, aê, aê, ê, ê...ôôôôô" significa inclusão social. Os paulistanos ainda tem muito o que aprender com a Bahia neste aspecto.
O trajeto incluía a subida no Minhocão, um viaduto tenebroso que acabou com a privacidade de vários moradores das rendondezes. Dias depois, vi o local totalmente alagado pela televisão. Carnaval é sabedoria popular.
Havia um grupo de amigos que saiu com um saco de pão na cabeça. Em quantas situações embaraçosas já tive vontade de fazer isso. E olha que não era Carnaval. Mas a estrela deste bloco foi um sujeito vestido de mulher que ostentava a faixa Rainha da Putaria.
Não sei se ele tem namorada, mas quase peguei o telefone do sujeito. Pena que sumiu possuído por algum espírito carnavalesco, nem foto da criatura eu consegui tirar.
Mesmo com toda aquela maquiagem na cara, o rapaz era um gato. E que pernas! Bobo que não é, usava um sapato de salto anabela. Melhorou o equilíbrio, mas não o impediu de cair sentado ao descer uma escadaria sambando. A Rainha da Putaria tinha barba. As bochechas estavam borradas de blush, o batom passava longe do limite dos lábios em vários momentos, e a cabeleira era uma peruca negra a la Perla...
Aos leitores com menos de 30 anos, Perla era uma cantora latina bem baixinha, que tinha um cabelão praticamente do seu tamanho e cantava no programa Silvio Santos, lá pelo final dos anos 70, início dos 80. Bom, mas isso já é outra história que pode virar marchinha de Carnaval.
Giovana - A Solteira
7 comentários:
Acordo sete da manhã pra seguir o cordão do Bola Preta. Ou então não durmo.
22 de fevereiro de 2010 às 07:18Carnaval é muito bom, mesmo que seja em Sampa.
Agora, só no ano que vem!!
Oi Giovana!
22 de fevereiro de 2010 às 08:41Carnaval é carnaval, é uma vez no ano, quanto mais diferente, mais marcante... Fiquei rindo com a história de Perla, me dando conta que o tempo passa rápido, parece que foi ontem que eu a via cantando e achando o cabelo dela o máximo, e os adolescentes agora nem sabe quem é. kkkk bjs
hahahahahaha
22 de fevereiro de 2010 às 11:13tô tentando imaginar a Perla no Minhocão!!! JIZUIS!!!!!
kkkkkkkk
bjsss
deb
E complementando a Mulherpolvo:
22 de fevereiro de 2010 às 11:14Carnaval é muito bom, mesmo que seja em Conchas!!!
KKKKKKKK
deb
nossa.. não conheço essa experiência de carnaval.. Mas pretendo tentar um dia... carnaval pra mim é pra viajar e passar 7 dias bêbada! hehehe
22 de fevereiro de 2010 às 11:27=X
Amodoro carnaval, sai no bloco, cantar alto as marchinhas ou se não souber o aê, aê, aê, ê, ê...ôôôôô ta valendo tb!
22 de fevereiro de 2010 às 19:43E encontrar essas "rainhas da putaria" é otimo!!!
Que pena que agora só próximo ano! :/
Carnaval bom mesmo é no Brasil! Primona, vai lá no blog. A historinha que vc pediu já tá lá!
23 de fevereiro de 2010 às 07:37Beijokas pras 3!
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