terça-feira, 18 de maio de 2010

As garras de Maria Martins


Na semana passada, num jornal, vi pela primeira vez uma imagem da escultura O Impossível, da brasileira Maria Martins. Falecida em 1973, Maria nasceu em Minas Gerais e foi mulher do embaixador Carlos Martins e amante de Marcel Duchamp, um dos artistas mais importantes do século 20.

O Impossível pode ser visto na foto acima e é considerado uma metáfora do amor clandestino de Maria. A peça mostra dois seres, ou melhor, uma mulher e um homem, armados com garras na direção um do outro, como numa aproximação conflituosa, que mais parece uma tentativa de ataque. Uma agressão.

Fiquei pensando em como aquela mulher devia estar se sentindo mal, atacada e atacante, ao criar tal escultura com as próprias mãos. E sobre como esse sentimento se aplica a nós todos: por que usamos garras, muitas vezes, ao lidar com o amor? Por que nos armamos tanto? Ceder é difícil, eu sei. Mas a dureza das garras de Maria Martins me fez pensar nas minhas próprias ações. No aprendizado que significa hastear a bandeira branca num relacionamento.

Isabela – A Divorciada

7 comentários:

Andarilho disse...

É tão difícil hastear a bandeira branca, porque isso é uma coisa unilateral. Vc nunca sabe se o outro lado vai fazer a mesma coisa, ou vai atacar mais ainda.

Assim na guerra, como no amor. (Frase clichê mesmo.)

18 de maio de 2010 às 08:10
A Madrasta Má disse...

Há momentos que palavras não resolvem , ataques muito menos... para haver harmonia um tem que ceder, mas ceder sempre enche o saco e aí as garrinhas aparecem... bjinhos da Madrasta!

18 de maio de 2010 às 09:18
Mulheres Neura disse...

hahahaha Viajei

Porque eu vi duas mulheres confluindo, como se estivessem num processo de uma entrar na outra, quase simbiótico... eita que nem tomo nada que afete o cérebro hahahahaha

beijos =o***)

18 de maio de 2010 às 09:56
Marta Melo disse...

Logo quando olhei para esta escultura senti um homem sugando a mulher.Ela me pareceu meio resistente ,imóvel,puxada pelos cabelos,pela cabeça;já que as mãos dela estão na cintura.Mas quanto as armaduras que carregamos,acho que a maioria das vezes é medo de sofrer.Bjão

18 de maio de 2010 às 10:25
Flávio P. disse...

Acredito que não existe nada mais importante em um relacionamento do que um dialogo tranquilo. Saber ouvir é tão ou mais importante do que simplesmente bradar...

beijos

18 de maio de 2010 às 12:25
Fermina Daza disse...

Esses dias li no twitter a frase: "Vc namora contra quem?". Cabe bem ao post.

Acho que o amar é algo que se aprende com o tempo.

Quando penso nos relacionamentos de hoje, entendo o lado positivo de ser solteira. Se não soubemos ainda lidar com uma planta, como podemos amar uma pessoa?

18 de maio de 2010 às 14:52
Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Belaaaa!

Acredito que relacionamento significa "cumplicidade e respeito" acima de tudo, mas, de tanto vivermos relacionamentos conflituosos ficamos precavidas, com garras, escudos, armadas... bem, eu pelo menos fiquei kkkk

Muito interessante a escultura! e o texto: MARA!
bjs

18 de maio de 2010 às 20:17