sexta-feira, 7 de maio de 2010

Biologia é destino?

Fiz, recentemente, uma matéria sobre o livro O paradoxo Sexual, Hormônios, Genes e Carreira, da canadense Susan Pinker. A psicóloga coloca uma questão bem interessante no livro. Ela resolve investigar porque as meninas tendem a ser brilhantes nos anos escolares e medianas na vida profissional enquanto os meninos tendem a ser medianos na vida escolar e brilhantes na carreira – resumido de forma bem grosseira, claro. Mas o mais interessante são as respostas que ela encontra pelo caminho.


Ao entrevistar diversas mulheres americanas e canadenses, ela chegou a conclusão de que a mulherada não vira presidente de empresa em massa porque não quer – e não por preconceito ou falta de oportunidades. Segundo Pinker, as mulheres chegam aos 30 e 40 anos e descobrem que querem uma vida muito mais saudável que só trabalhar. E isso não tem necessariamente a ver com a maternidade. Enquanto homens não ligam – na verdade gostam – de se dedicar 100% à profissão.

Ela também diz que, sim, é verdade: somos menos competitivas e agressivas. Mais multitarefas e atentas ao próximo - o que naturalmente leva as mulheres para profissões mais humanas e historicamente menos remuneradas, em especial nas áreas de ensino e saúde. E que nesse mercado de trabalho essencialmente masculino, não nos encontramos muito bem. Ou seja, além de já não querermos viver só de trabalho, a postura que o mercado ainda exige é bem masculina – não à toa as mulheres dos anos 80 quase usaram bigode para conseguir um lugar ao sol.

Pinker ouviu um monte das feministas enraivecidas. O temor delas é de que a tese de Pinker nos empurre de volta para o fogão. E só para o fogão. Mas, convenhamos, esse tempo já passou. Essa discussão já acabou. As mulheres já mudaram bastante, já cederam bastante e já se integraram como puderam. Me parece que o que Pinker quer dizer é que está na hora de o mercado de trabalho ficar um cadinho mais flexível.

Débora – A Descasada

10 comentários:

João El Helou disse...

Caramba! Acabei de descobrir que sou mulher.

7 de maio de 2010 às 12:28
Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Debbbbb

Bem, se o assunto é "Mulher e seu lugar ao sol" isso já me interessa bastante. Engraçado foi que me identifiquei de cara com o texto, porque eu sou técnica de enfermagem, trabalhei 06 anos na área, abandonei porque sou "humana demais" e com isso não conseguia separar a minha vida da vida dos que eu convivia. Me alegrava com uma vitória de uns, mas, morria junto com cada paciente que partia. Não aguentei, fiz vestibular de novo, entrei agora na área de educação, estou pegando este outro caminho, descobrindo o que me pertence enquanto missão, ou seja, passei pelas duas áreas que a psicóloga disse, e confesso que me identifiquei com o que ela falou, porque quero qualidade de vida, quero realização, quero sucesso, mas, não competitivo, feroz, quero o quentinho da humanidade e não a frieza... acho que é meio por aí, não significa que o fato de não atacar com unhas e dentes as coisas, brigando feito sei lá o quê, que eu ou qualquer outra mulher queira voltar ao tempo da pedra kkkk... queremos nosso lugar ao sol, mas, do nosso jeito, com nossas idéias e opções.

bjs

7 de maio de 2010 às 13:03
Zoe disse...

Deb,
to exatamente nesse momento. Repensando se quero mesmo ser uma superexecutiva... e num tem nada a ver como ser mae ou nao. To querendo curtir mais a vida e para de trabalhar um pouco.
Legal. Quero ler mais sobre esse assunto.
um cheiro, Zoe.

7 de maio de 2010 às 13:55
Andarilho disse...

Gostei da tese da Pinker, é algo que eu empiricamente já achava, mas é bom ver que uma pesquisa chega a mesma conclusão.

7 de maio de 2010 às 14:19
Tati disse...

O que talvez as feministas modernas não conseguiram perceber é que já chegou o tempo de pararmos de nos encaixar no padrão masculino de mundo e permitirmos que o mundo fique mais feminino. Em muitos lares já vemos isso. Homens com uma postura mais "feminina", mais doces, suaves, amorosos, gentis.
Temos que manter as diferenças, mas também achar o meio termo. Não precisamos coçar o saco para sermos iguais a eles. Não mais!
Beijos.

7 de maio de 2010 às 16:32
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Sim, pela liberdade de escolha, acima de tudo!!!

Cada um no seu quadrado, vivendo como achar melhor. Tb sou do time dos que querem qualidade de vida aliada à felicidade do trabalho, mas sem exageros.

Beijos,

Bela - La Divorciada

7 de maio de 2010 às 17:07
Blog Sozinha ou Acompanhada disse...

Hey Deb!

Adorei o post! Super interessante e em minha opinião bem real!
Também acho que necessitamos de mudanças estruturais!
beijocas,
Mari.

7 de maio de 2010 às 17:08
Marcos disse...

Muito bom o paralelo com os interesses femininos e masculinos frente a decisão de dedicar-se a carreira.

Meu respeito a todas as mulheres que de cara são melhores que os homens... pois, trabalhar, ser mãe e ainda ser dona de casa e esposa... tem que ser boa mesmo.

bjus

7 de maio de 2010 às 21:31
Paloma Varón disse...

Adorei, Deb, tanto a tese dela quanto a sua interpretação disso. Concordo e me encaixo plenamente nisso. E ando saturada deste mercado de trabalho masculinizado até o último fio.
Beijos

8 de maio de 2010 às 08:20
Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Meninas, indiquei vocês para ganhar selinhos, pela lá! bjs

8 de maio de 2010 às 16:53