quinta-feira, 29 de julho de 2010
Me bate, Fragoloni!
“Me bate! Me bate, Fragoloni! Olha que horrível, me bate. Eu sei que vai doer, não vai ser legal, mas me bate, acaba comigo.”
Foi assim que, no capítulo do último sábado, dia 24, a personagem Jéssica, interpretada pela atriz Gabriela Duarte em Passione, reagiu ao saber que seu marido, Berilo, vivido por Bruno Gagliasso, decretaria uma greve de sexo. Eu estou chocada até agora. Para mim, só não foi pior porque Berilo respondeu o absurdo com um “Eu nunca vou bater numa mulher. Nunca!”.
Gente, num momento em que a Lei Maria da Penha está em plena discussão pela falta de condições de aplicação no país, que os noticiários estão repletos de casos gravíssimos de violência contra nós, que se tenta estimular as vítimas a denunciarem as agressões, como assim uma das mocinhas da novela pede para apanhar? Não se trata de fetiche sexual, nada na linha “um tapinha não dói”, que seja, mas de ser castigada para voltar a ter sexo. Jéssica sabe que é “horrível”, que “vai doer, não vai ser legal”, mas pede para ser redimida pela porrada.
Alô, Sílvio de Abreu!!! Haja vacilo para esse texto ter ido ao ar. Não dá meeeeeeeeesmo. Nem com uma flor. Nunca.
Severas críticas.
Isabela – A Divorciada
Foi assim que, no capítulo do último sábado, dia 24, a personagem Jéssica, interpretada pela atriz Gabriela Duarte em Passione, reagiu ao saber que seu marido, Berilo, vivido por Bruno Gagliasso, decretaria uma greve de sexo. Eu estou chocada até agora. Para mim, só não foi pior porque Berilo respondeu o absurdo com um “Eu nunca vou bater numa mulher. Nunca!”.
Gente, num momento em que a Lei Maria da Penha está em plena discussão pela falta de condições de aplicação no país, que os noticiários estão repletos de casos gravíssimos de violência contra nós, que se tenta estimular as vítimas a denunciarem as agressões, como assim uma das mocinhas da novela pede para apanhar? Não se trata de fetiche sexual, nada na linha “um tapinha não dói”, que seja, mas de ser castigada para voltar a ter sexo. Jéssica sabe que é “horrível”, que “vai doer, não vai ser legal”, mas pede para ser redimida pela porrada.
Alô, Sílvio de Abreu!!! Haja vacilo para esse texto ter ido ao ar. Não dá meeeeeeeeesmo. Nem com uma flor. Nunca.
Severas críticas.
Isabela – A Divorciada
22 comentários:
Affe, que coisa maluca. Se tivesse uma pitadinha de fetiche, vai lá.
29 de julho de 2010 às 00:13Ai ai, esses autores da globo viajam...
Bem, como eu não vejo novela, tenho que ficar sabendo dessas coisas pelo blog, hahaha.
Bela,
29 de julho de 2010 às 00:16Vc sabe o quanto amo a Maria da Penha! Ela é um exemplo pra todas nós! Show de horror essa cena
Irma
Nem com uma flor se bate numa mulher... esta novela não esta com nada! Adorei o post.
29 de julho de 2010 às 08:18Bjao e otima quinta pra todas!
Afe, que coisa mais horrível.
29 de julho de 2010 às 08:49Superação de palhaçada essas novelas da Globo, mas essa história foi o cúmulo do absurdo. Tenha dó!
Bela, ótimo post!
Um beijo
A personagem é uma desmiolada. Não dava para esperar nada diferente de alguém que trata o marido como brinquedo. Quando ele não faz o que ela quer no grito, ela parte para a chantagem emocional. Como se trata de uma boboca, teve essa "brilhante" ideia. Porque no fundo não se valoriza. Ele, mesmo sendo um cafajeste não bate nela, sequer a pedidos. Para mim o recado do autor está claro. Sabe qual é o pior disso tudo? Que tem muita mulher que faz isso. Nada melhor do que mostrar na novela das oito para ficar claro o absurdo desta atitude.
29 de julho de 2010 às 08:50Outra boa tacada do autor é como ele vem tratando a separacao do Gerson e da personagem da Carolina Dieckmann. Ele simplesmente se recusa a dar o divorcio. Acho otimo ele abordar isso exatamente agora que a lei mudou.
O que voce faria no lugar dela? Bjs Gio
Oi Bela, também fiquei chocada com essa apelação, inclusive postei sobre a lei Maria da Penha no domingo.
29 de julho de 2010 às 10:19Acredito que estamos no tempo de lutar contra essa violência, não incentivá-la no meio público que é a tv.
Achei de um absurdo e tanto!
bjs, ótimo texto
Ótimo texto!
29 de julho de 2010 às 10:46Temos que dar um NÃO a todo e qualquer tipo de violência e agressão, seja ela física ou moral.
beijos
Oi Bela,
29 de julho de 2010 às 12:49Choca na boca da patricinha desmiolada da novela, mas um tapinha não dói já rebolaram muito as popozudas.
A estética da violência é nossa realidade. E tentemos manter o estranhamento, pelo menos de alguma almas sensíveis. Senão, que medo!
vamos lá...
29 de julho de 2010 às 13:03não sou fã de novelas e acho um absurdo pessoas sentarem na esa, durante o café ou almoço e ficar debatendo sobre a ética e personalidade do personagem (presencio isso constatemente). Já assisti alguns capítulos de Passione, inclusive uma cena em que o personagem sarado do Gianekini estapeava a Ximenes.. depois outros em que a própria Ximenes fazia uma cena dando o maior apoio para a prostituição. sinceramente.. é tanto porcaria na tv aberta e fechada... e o pior, são essas porcarias que entram constantemente em nosso lar...
Parece que rede Globo de Televisão já não enche mais a mente das pessoas com mensagens subliminares, agora é tudo as vistas claras, eita canal do diabo!
29 de julho de 2010 às 14:35Bela,
29 de julho de 2010 às 14:50não vi a cena (nem vejo a novela), mas achei um horror o que vc narrou.
O que veio antes, ela achou que "merecia" ser "castigada", é isso?
Ai, gente... credo!
Oi Nina,
29 de julho de 2010 às 15:42Antes de pedir para apanhar, a personagem de Gabriela Duarte, Jéssica, ouviu do marido que ele faria uma greve de sexo de um mês.
Assim, para tentar convencê-lo a mudar de ideia, ela sugeriu que ela a punisse com porrada. E não com abstinência sexual, entendeu?
Beijos,
Bela - A Divorciada
Crítica inválida ao autor, ele apenas relata a realidade de algumas mulheres que gostam de apanhar e nem se deram conta.
29 de julho de 2010 às 17:46A novela trouxe uma forma de abordar esse assunto e não o outro lado da moeda.
A ciência investiga o porque e até agora, estudos validados demonstraram que essas mulheres,após apanharem liberam um hormônio, a endorfina, responsável por sensações de bem estar e por isso como toda substância endógena pode levar ao vício.
Portanto apanhar pode viciar!
Boa tarde!
Belinha!!!!
29 de julho de 2010 às 18:07Realmente discordo muito do "anônimo" que postou a resposta acima. O que ele está falando é um fetiche e está relacionado ao S&M, não é pra ser tema de novela da Globo. O autor merece sim MUITA CRÍTICA!!!! E toda a baboseira dos estudos e endorfinas...well é só fazer ginástica que dá na mesma.
Parabéns pelo post e MR SILVIO DE ABREU UUUUUUUUUUUU muito horrível, se eu fosse violenta enchia ele de porrada...hahahahahaha....
beijcas,
Mari.
Mari, falo de saúde mental e desequilíbrios patológicos, que cabe sim discussão médica, pois levam a sofrimentos e distúrbios associados. Não se trata de fetiches, isso é outra coisa.
29 de julho de 2010 às 19:22Banalizar assunto sério é próprio das pessoas que assistem novelas e bobozeiras.
Se informe, atualize-se.
Como pode né...vai ver que o autor é a favor né..sei lá!!
29 de julho de 2010 às 20:06Eita mundo contraditório...!!!
Beijocas, mulheres !
Ju e Clara
Sr. Anônimo,
29 de julho de 2010 às 23:11Eu não assisto novela, apesar de ver absolutamente nada errado nisso! Grande parte do Brasil assiste, e se esse foi o jeito que o autor escolheu pra falar da doença que vc está falando, não concordo com a abordagem, o que é um direito meu! Eu na minha ignorância nunca ouvi falar de tal "doença" que conheço por fetiche! E qto a liberação da sensação de bem estar, endorfina, continuo insistindo na ginástica!!!
Nunca ouvi falar de uma mulher que levou porrada e depois ficou com cara de felicidade liberando endorfina, mas se vc tá dizendo deve saber mais que eu! hahaha...
Se vicia, então o agressor tb vicia? Dê as suas fontes de estudo, adoraria saber mais.
Achei PÉSSIMO como o autor escolheu para abordar o assunto, se vc escolhe não criticá-lo problema seu!
Eu não só critico, como achei de escabroso mau gosto, o que é um direito meu!
Você me dá licença????
Eu não banalizei nem por um momento sequer o assunto, não houve, que eu saiba, nenhuma abordagem médica de distúrbios patológicos, aliás pelo que eu soube ficou muito mais no fetiche do que qualquer outra coisa, o que com certeza valida minha opinião.
Sorry baby!
Mari.
Se fosse um "me bate, me joga na parede e me chama de lagartixa..." até poderia ser engraçado, mas pedir pra apanhar como castigo, isso não!!!
29 de julho de 2010 às 23:30Adorei o blog, estou conhecendo só agora, porque só agora me tornei também uma blogueira. Tô adorando a experiência. Parabéns à vocês.
Oi Querida!
29 de julho de 2010 às 23:42Primeiro quero agradecer tua visita no meu blog, seja muito bem vinda, é bom ter te por la, sempre q quiser comente... ficaria muito feliz.
Eu não assisto novela da Globo há muito tempo já! pq acho os tais autores sem a menor criatividade, primeiro que revelam um Brasil inexistente, dizem (eu ja li e vi entrevistas dos tais) que apenas colocam tais assuntos para que hajam discussões na sociedade....(?) Na verdade num olhar bem critico e bem pessoal eles divulgam aquilo q eles aprovam como algo bom e denigrem aquilo que acham que é ruim...
Entao por essas e por outras é que eu decidi nunca mais assistir a novela da Globo, a ultima das cenas das da 9 q assisti vi uma menininha mal educada dando ordens pra sua mãe... pensei: a minha filha nunca vai assistir essa novela... Pq eu nao sei quando os pais vão se tocar q essas novelas são formadoras de opiniões e formadoras de carater, qdo crianças ficam com essa baba eletronica...
Mas falando agora da cena em si, ainda que nao tenha assistido e lendo seu relato, é no minino de um super mal gosto...
Cara Mari,
30 de julho de 2010 às 09:08Ai estão algumas referências sobre o assunto:
Suyemoto, K. L. (1998). The functions of self-mutilation. Clinical
Psychology Review, 18(5), 531-554
CALDAS, Marcus Túlio et al. Condutas autolesivas entre detentas da Colônia Penal Feminina do Recife. Psicol. estud. [online]. 2009, vol.14, n.3, pp. 575-582. ISSN 1413-7372. doi: 10.1590/S1413-73722009000300019.
Esse estudo pretende analisar possíveis fatores de influência para condutas autolesivas entre detentas da Colônia Penal Feminina do Recife. Seus objetivos específicos incluem formular estratégias de intervenção que diminuam a incidência dessa prática. Foram identificados vários fatores correlacionados à autolesão: alívio de sofrimento psíquico advindo do ambiente carcerário; raiva de si ou de outros; uso de drogas; tentativas de manipulação para obter vantagens no presídio e tentativas de comunicação e afirmação da individualidade num ambiente coletivo.
Site de pesquisa: scielo
Desculpe minha visão humanista, mas tenho também o direito de compreender sob outra ótica.
Assisto novelas e muitas delas acho utilidade pública, assim como blogs,o que acho estranho é quem assiste e critica o que está assistindo, porém não desiste de assistir.
Maurício Gotche
Severas mesmo!
30 de julho de 2010 às 11:44=/
Não assisto mais novela porque geralmente, dentre outras coisas, não gosto de como ela coloca algo em discussão, mas concordo com o Maurício que tb trata-se de um meio para tal assim como o blog.
30 de julho de 2010 às 11:51Adorei os comentários.
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