quinta-feira, 15 de julho de 2010
Você me incomoda, logo eu te elimino
Três casos, duas mortes, um estupro. Três vítimas mulheres. Não consegui ficar indiferente. Os dois primeiros todo mundo tá até às pampas de ouvir.Caso Bruno e caso Mércia. É verdade que ninguém foi condenado. Ainda. Mas ao que tudo indica, Eliza e Mércia foram assassinadas por seus respectivos namorados/amantes/parceiros - seja lá o que eles foram delas. E por qual razão? No primeiro caso, porque a moça estava "atravancando" o caminho do goleiro. Um verdadeiro incômodo esse papo de amante com filho pedindo pensão e enchendo o saco. Para que reconhecer o filho e pagar uma pensão se é mais fácil eliminar o problema? Tão óbvio, né?
O segundo, ao que parece, foi um namorado que não suportou tomar um pé na bunda. Se sentindo rejeitado ou humilhado, foi lá e fez desaparecer o que tanto lhe causava raiva. Fez seu problema submergir nas águas de uma represa.
O segundo, ao que parece, foi um namorado que não suportou tomar um pé na bunda. Se sentindo rejeitado ou humilhado, foi lá e fez desaparecer o que tanto lhe causava raiva. Fez seu problema submergir nas águas de uma represa.
O terceiro caso não está sendo noticiado, só corre via blogs e afins. E a razão é “nobre”: um dos acusados é filho do dono de um “poderoso grupo de comunicação do sul do país”. Três adolescentes da high society de Floripa violentaram brutalmente uma menina de 13 ou 14 anos após aplicar um “boa noite, cinderela” nela. Motivo? Porque a menina teria rompido o namorico comum dos três estupradores. Detalhe: o menino rejeitado que se vingou da ex convocando os amiguinhos para a farra é filho de um delegado. Algo me diz que essa história nem será apurada...
O que mais me choca nas três histórias é incapacidade de uma pessoa resolver conflitos internos, de não conseguir dialogar com o outro e de aparar as pendengas da forma mais selvagem. Se somos a única espécie dotada de consciência, sentimentos e uma incrível capacidade de dialogar, por que tanta gente se comporta dessa forma? E de todas as classes sociais – dos meninos endinheirados da ilha ao menino pobre que não suportou o peso da fama e da grana. Violência, qualquer ela que seja, é repugnável.
Débora – A Recasada
20 comentários:
Sabe o que mais me choca nestas histórias? Além da óbvia violência, é o fato de as pessoas (mulheres inclusive ou principalmente) culpabilizarem as vítimas dizendo que elas eram putas ou coisa do gênero. E se fossem? Merecem morrer? Pelo amor de deus, enquanto houver este tipo de preconceito mais e mais mulheres serão vítimas destes homens, que vivem numa sociedade que de certa forma os apoia e defende.
15 de julho de 2010 às 08:10Pra quem quiser saber mais sobre o caso dos menores:
15 de julho de 2010 às 08:36http://www.tijoladasdomosquito.com.br
Débora,
15 de julho de 2010 às 08:36Semana passada li um texto que aborda justamente sobre isso, mas sob optica das relações, que as pessoas, por motivos psicoemocionais, se sujeitam a viver relações cheias de neuroses, medos e inseguranças, e ainda num extremo da obsessão, possessividade matam, se matam tudo em nome do amor ou por não acreditar no amor. Tem um triângulo amoroso que acho que é a base em todo tipo de relação: Confiar, Respeitar e Admirar, porém vivenciar este triângulo amoroso precisa vive-lo internamente. Os 3 casos citados acima mostram que nenhum dos seres executadores tiveram contato com esse triangulo interno, são prisioneiros literalmente da doença, que chamo de "exterminador do futuro", o outro é culpado pelas minhas fraquezas e frustrações então tenho que elimina-lo (exceto os filhinhos catarinenses de papai, que são prisioneiros da genética coronelista).
Saudações,
Bia Santos
http://mapaixonantes.blogspot.com
P.S: eu sigo vocês a algum tempo por indicação de amigas, agora tenho um blog e link vocês nele. Qdo tiverem tempo passem por lá
Deb,
15 de julho de 2010 às 09:12o que mais me chama a atenção nesses casos é a violência contra a mulher, tratada como objeto de consumo e de descarte.
Também me choca o julgamento da opinião pública, os rótulos e afirmações de "ela procurou", "ela provocou", ou, pior ainda "ela mereceu".
A Eliza buscou proteção junto à polícia e foi ignorada, por ser um "relacionamento casual". Concordo com o que disse Paulo Nogueira nesse texto aqui: http://bit.ly/aByPOb . E fiquei bastante chocada com vários dos comentários que li!
Em todos os casos que você citou, e em tantos outros, que seja feita a justiça.
Beijo
Infelizmente há um bom tempo temos nos deparado com histórias de violência excessiva contra crianças (casos da procuradora e da mulher que arrancava as unhas da meninas que trabalhava em sua casa) e mulheres, supostamente parceiras, companheiras e depois descartadas como lixo...
15 de julho de 2010 às 09:25Mas também, mendigos que são queimados, jovens sendo assasinados por nada!
Não sei, infelizmente, onde isso um dia vai parar (se vai parar) porque quem assisti à tudo como nós, não sabe como agir...
Manifesto?? O que fazer??
Eu peço realmente a Deus, que este tempo de tanta tempestade física e moral passe, porque não sei até quando poderemos suportar tantas coisas!
Bjs, ótima abordagem...
Parabéns Deb, ótimo texto!
15 de julho de 2010 às 09:39Realmente, o problema de todos esses casos, ao meu ver é uma forma de não saber resolver seus problemas pessoais, quando não é a dificuldade de aceitar que o outro não lhe quer, é o fato de querer se livrar-se de alguém que está te "incomodando", mas, eis a questão: resolveu o problema? Claro que não, pelo contrário, criou problemas muito maiores.
Já li em muitos blogs sobre o assunto, cada vez que leio, mas, me questiono sobre essas formas de "livrar-se" do outro, isso sim me choca.
bjs
No caso da menina do estupro, esse caso não precisa passar pelo delegado. O Ministério Público tem o dever de intervir já que a menina é menor de 14 anos.
15 de julho de 2010 às 09:40Todos esses são crimes bárbaros, o que leva uma pessoa a fazer tal crueldade com outra é algo que está além de meu entendimento.
Repugante e medonho!
15 de julho de 2010 às 09:52Fico pensando o quanto muitas vezes não temos noção do que uma pessoa que convive conosco é capaz!
Infelizmente aqui nesse país a impunidade reina e muitas mulheres se calam diante da violência e acabam mortas.
Infelizmente!
Acho que todos esses crimes contra mulheres, crianças e velhos, mas principalmente contra as mulheres tem como um pano de fundo a certeza da impunidade. Afinal são só mulheres! E desde quando mulheres tiveram valor nesse país? Por mais dias internacionais que tenhamos, ainda somos vistas como alguém que serve apenas para criar filhos e consumir nos shoppings. E parte desse comportamento machista que subjuga a mulher a um ser inferior e indigno de qualquer adimiração e respeito eu atribuo muitas vezes a propria mulher que como temos visto por aí são as primeiras a emitir julgamentos preconceituosos sobre a tal da Eliza. atribuo, quando na hora em que educamos um filho não impomos a ele limites e não conversamos em casa como se deve tratar uma mulher, do respeito pelo ser humano, dos valores pela condição humana.
15 de julho de 2010 às 10:01Sou mãe de um adolescente e sempre que posso estimulo-o a respeitar e não se aproveitar da condição frágil (fisicamente) de uma mulher. A respeitar o outro, ainda, que o outro seja diferente dele. Sempre digo que se algo acontecer entre ele e a namoradinha O DOIS estarão implicados, pois os dois serão responsáveis. Acho que falta limite, familia, valores tantos para os homens quanto para as mulheres e muitas vezes somos nós que perdemos a boa oportunidade de dissiminá-los.
No caso desses rapazes, não quero satanizar os pais, nem dizer que tudo de errado que um filho faça é culpa deles, mas em algum momento a sociedade falhou com essas pessoas. Seja ela representada pela Familia, Estado ou Justiça.
Ninguém nasce monstro, desequilibrado e quando nasce alguém precisa acolhe-lo antes, não depois só para puní-lo.
Enfim é algo muito complexo. O que sei é que enquanto as pessoas estão preocupadas com o modo de viver do outro, com seus próprios preconceitos estão deixando de viver suas próprias vidas e de cumprir o papel que lhes cabe.
Bjs,
Acho que todos esses crimes contra mulheres, crianças e velhos, mas principalmente contra as mulheres tem como um pano de fundo a certeza da impunidade. Afinal são só mulheres! E desde quando mulheres tiveram valor nesse país? Por mais dias internacionais que tenhamos, ainda somos vistas como alguém que serve apenas para criar filhos e consumir nos shoppings. E parte desse comportamento machista que subjuga a mulher a um ser inferior e indigno de qualquer adimiração e respeito eu atribuo muitas vezes a propria mulher que como temos visto por aí são as primeiras a emitir julgamentos preconceituosos sobre a tal da Eliza. atribuo, quando na hora em que educamos um filho não impomos a ele limites e não conversamos em casa como se deve tratar uma mulher, do respeito pelo ser humano, dos valores pela condição humana.
15 de julho de 2010 às 10:02Sou mãe de um adolescente e sempre que posso estimulo-o a respeitar e não se aproveitar da condição frágil (fisicamente) de uma mulher. A respeitar o outro, ainda, que o outro seja diferente dele. Sempre digo que se algo acontecer entre ele e a namoradinha O DOIS estarão implicados, pois os dois serão responsáveis. Acho que falta limite, familia, valores tantos para os homens quanto para as mulheres e muitas vezes somos nós que perdemos a boa oportunidade de dissiminá-los.
No caso desses rapazes, não quero satanizar os pais, nem dizer que tudo de errado que um filho faça é culpa deles, mas em algum momento a sociedade falhou com essas pessoas. Seja ela representada pela Familia, Estado ou Justiça.
Ninguém nasce monstro, desequilibrado e quando nasce alguém precisa acolhe-lo antes, não depois só para puní-lo.
Enfim é algo muito complexo. O que sei é que enquanto as pessoas estão preocupadas com o modo de viver do outro, com seus próprios preconceitos estão deixando de viver suas próprias vidas e de cumprir o papel que lhes cabe.
Bjs,
fiz um post sobre relacionamentos doentios, dá uma olhada!! www.mulherzinha.tk
15 de julho de 2010 às 12:25Por isso que eu prego que, cada vez mais, nós mulheres passemos a olhar detalhadamente para um cara antes de se envolver. Quem é a familia desse cara??? Como era a vida dele?? Acho que a gente vive um perigo grande sempre que vivemos relações casuais com desconhecidos!
Mesmo assim, NADA justifica esse tipo de violência e desequilibrio - eles são doentes pra mim!
Concordo plenamente com Paloma e Nina, ia registrar exatamente como fico chocada com a violência contra a mulher. E o machismo, como se a Eliza, por exemplo, merecesse ser esquartejada e morta por ter feito um filme pornô.
15 de julho de 2010 às 12:59A Idade Média é agora.
Fiquei arrasada com esse caso, o de Eliza e Bruno, particularmente. Já sonhei duas vezes com isso e não aguento ver a imagem daquele bebezinho, filho dela, que ainda por cima se chama Bruno. De cortar o coração.
Beijos e solidariedade às famílias das vítimas,
Bela - A Divorciada
Olá! Cheguei aqui através do blog da Andrea Pagano, porque a foto da Elisa chamou minha atenção. Por quê? Porque fiquei completamente revirada quando os detalhes sórdidos da execução a que ela foi vítima vieram à tona. É de enlouquecer qualquer pessoa sã. Quanto à Mércia, meu Deus, é o caso da jornalista Sandra Gomide morta pelo Pimenta Neves acontecendo outra vez. Homens sem limites - psicopatas vestidos de pessoas normais, circulando entre nós. Preocupados com eles, somente o interesse deles. Doentes mentais.
15 de julho de 2010 às 14:26Agora, o caso da adolescente de Floripa, esse eu não ouvi, não chegou nenhum email, estou completamente por fora. Ainda assim, revoltante na mesma proporção. É isso, acho que precisava desabafar também esse desgosto pelo comportamento violento com que esses loucos tratam os "problemas" de suas vidas. Parabéns pelo texto e o enfoque dado. Um beijo, Deia
É realmente difícil imaginar o que se passa na cabeça dessas criaturas que pensam "Você me incomoda,logo eu te elimino",seriam eles Deuses para decidir o destino de certas criaturas (na cabeça deles acho que sim)?Talvez Deuses do poder que o dinheiro traz quando compra a impunidade.Para mim são pobres criaturas carentes,que talvez nunca amaram verdadeiramente ninguém e que possuem o coração vazio.Espero que a justiça seja feita e acredito,apesar de tudo, que a corrente "pela vida" seja muito maior;apesar de não render tantos holofotes.
15 de julho de 2010 às 16:11Dé, excelente post e assim como a Paloma mencionou o que me choca e a capacidade de julgamento das pessoas sobre as vítimas, inclusive, da juiza que negou o pedido de proteção para Eliza. Quantos outros casos são omitidos nas mesmas circunstâncias?
15 de julho de 2010 às 21:30Oi Debs estamos em sintonia! Tb teve o caso do romeno radicado inglês que matou a namorada por ter sonhado que ela o estava traindo! E toda a violência contra a mulher! Inaceitável e tirar o foco disso pra falar do passado da vítima é demais pra minha cabeça!
15 de julho de 2010 às 23:11beijocas,
Mari.
Olá!
18 de julho de 2010 às 21:57Fiquei realmente chocada com o caso da menor e do que, ao meu ver, a certeza da impunidade pode causar, fato que acredito ser um sentimento comum entre os meninos menores e o que parece ter ocorrido com o goleiro Bruno.
Escrevi sobre isso no meu blog, pois ainda não consigo acreditar que este caso não chegou aos jornais (
http://infinitonaotaoparticular.blogspot.com/2010/07/choque-e-indignacao.html). Vamos ajudar a divulgar!
Beijos!
Discordo só de 1 coisa: somos a única espécie dotada de consciência. Não, somos a unica espécie (racional?) que mata seus filhotes (se algua outra espécie faz isso, o Animal Planet explica...), extermina após acasalar-se (com exceção da louva-deus fêmea) e ainda "ri muito no final...". a propósito, amei o blog e estou seguindo. bjs
19 de julho de 2010 às 17:18É triste, muito triste!
21 de julho de 2010 às 16:44Somos a única espécie dotada de consciência e "inteligência" mas a gente não vê animal.... bicho.... matando por essas coisas, não é verdade?
O bicho homem é muito mais egoísta e pequeno do que qualquer outro, infelizmente!
Há falta de amor pelo próximo, de compreensão, de perdão...
Há desejo de poder, de glória, vingança... ego, ego, ego...
Eu sei que ninguém é bom de tudo, nem ruim de tudo... mas algumas pessoas se deixam levar pelo que carregam de pior e às vezes não tem consciência disso!
Enquanto isso, o que nos resta fazer? O que podemos fazer?
Sinceramente, não sei nem o que dizer em relação a estes casos. O mais triste é saber quantas Elizas, Mércias e outras mais são mortas sem que a mídia divulgue. E pior: sem que a justiça seja feita.
27 de julho de 2010 às 07:35Esta semana estava até comentando com uma amiga que da forma como as pessoas andam tão loucas, eu tenho até medo de paquerar com um cara desconhecido. Afinal, quantos parecem ser cordeiros em pelo de lobo...
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