domingo, 23 de maio de 2010
Sobre os lances da vida e o futebol
Domingão, dia de futebol. Mas quem escreve sobre o assunto hoje é a nossa leitora Sol. Uma querida que, na semana passada, fez sua estreia nos estádios. E agora divide a experiência conosco. Beijão, Sol, obrigada pelo texto. Escreva sempre, viu? Bom descanso, gente!
Isabela – A Divorciada
Sobre os lances da vida e o Futebol (parte 1)
Na última quarta-feira eu fui ao estádio pela primeira vez na vida. Assistir Grêmio e Santos, no jogo da semi-final da Copa do Brasil. A chuva no dia do jogo e a prova de neurologia que se aproximava não me estimulavam a ir, mas eu estava a fim de fazer um programa meio “saco-roxo” pra poder contar pros meus netos.
Antes do jogo
O show começa logo na ida ao jogo: engarrafamento, torcedores, crianças, jovens, velhos, numa fraternidade estranha em que todos parecem amigos de longa data. Só a ida para o estádio já estava fazendo valer cada centavo do meu ingresso, mesmo que o táxi tenha dado voltas, ruas interditadas, tudo pra aumentar a tensão pro jogo. Foi quando o motorista soltou “o pessoal está enlouquecido hoje”. Olhei pra minha amiga com uma cara do tipo “vamos terminar a noite na delegacia ou no HPS? (Hospital de Pronto Socorro)” e ela me disse “relaxa”. Na entrada do estádio, uma mulher me apalpou por inteiro... sim, fui revistada. Ainda bem que sou bem resolvida sexualmente.
O primeiro tempo
Ao passar o cartão, a mensagem no visor apareceu: “Olá. Bom Jogo”, eu pensei... “pronto... começou!” Foi uma emoção imensa entrar no estádio. Tudo era novidade: o campo, as pessoas, a torcida, as músicas, toda aquela magia. Estava feliz da vida, pensando em como eu nunca tinha ido num estádio antes? Tiramos fotos, fizemos piadinhas, cantamos.
Isabela – A Divorciada
Sobre os lances da vida e o Futebol (parte 1)
Na última quarta-feira eu fui ao estádio pela primeira vez na vida. Assistir Grêmio e Santos, no jogo da semi-final da Copa do Brasil. A chuva no dia do jogo e a prova de neurologia que se aproximava não me estimulavam a ir, mas eu estava a fim de fazer um programa meio “saco-roxo” pra poder contar pros meus netos.
Antes do jogo
O show começa logo na ida ao jogo: engarrafamento, torcedores, crianças, jovens, velhos, numa fraternidade estranha em que todos parecem amigos de longa data. Só a ida para o estádio já estava fazendo valer cada centavo do meu ingresso, mesmo que o táxi tenha dado voltas, ruas interditadas, tudo pra aumentar a tensão pro jogo. Foi quando o motorista soltou “o pessoal está enlouquecido hoje”. Olhei pra minha amiga com uma cara do tipo “vamos terminar a noite na delegacia ou no HPS? (Hospital de Pronto Socorro)” e ela me disse “relaxa”. Na entrada do estádio, uma mulher me apalpou por inteiro... sim, fui revistada. Ainda bem que sou bem resolvida sexualmente.
O primeiro tempo
Ao passar o cartão, a mensagem no visor apareceu: “Olá. Bom Jogo”, eu pensei... “pronto... começou!” Foi uma emoção imensa entrar no estádio. Tudo era novidade: o campo, as pessoas, a torcida, as músicas, toda aquela magia. Estava feliz da vida, pensando em como eu nunca tinha ido num estádio antes? Tiramos fotos, fizemos piadinhas, cantamos.
Bom, vou poupar os comentários do jogo, até porque desconheço essas coisas. Logo de cara, o Santos fez um gol. E depois outro. Nem preciso dizer a minha frustração: o tempo ameaçando chover, o Grêmio perdendo de 2x0, e eu ainda lembrei da minha prova de neurologia. Na hora do intervalo comentei com a minha amiga:
“Putz”
“Será que alguém tem um Iphone pra gente ir revisando os assuntos de neuro?”
“Bem que a gente poderia ter ficado em casa estudando...”
“Será que o Grêmio vira?”
Silêncio....
“Acho que quem vai virar é a gente: virar a noite estudando.”
Silêncio
E começa o segundo tempo.
Sobre os lances da vida e o Futebol (parte 2)
O segundo tempo
Incrível que, pra assistir uma aula da faculdade seria extremamente desconfortável passar 2 horas em pé. Para o jogo, eu quase nem senti. E começou o segundo tempo. Confesso que a minha esperança não era lá das maiores. Mas eis que o Grêmio fez um gol! Nossa, que alegria! Mas o jogo não estava ganho... Estava 2x1 para o Santos, mas a minha esperança reacendeu. Bom, e depois o Grêmio empatou, e ainda fez mais dois gols, placar final 4x3 para o Grêmio. Comemorei como se fosse gremista desde criança...
Alegria, satisfação... Foi um jogo muito emocionante, fiquei feliz porque o Grêmio ganhou, mas existe algo que precisa ser dito.
Robinho
Sempre tive uma admiração especial por alguns jogadores de futebol, mesmo sem entender muito sobre. É que acho interessante uma pessoa arriscar o seu futuro numa carreira incerta, que depende de seu vigor físico – e consequentemente uma carreira limitada, e que não depende exclusivamente de um conhecimento que se aprende em cadeiras escolares. Em uma palavra, é preciso talento. E paixão.
Não ouso aqui escalar jogadores, longe disso. Mas é que no jogo que fui, ainda que o Santos tenha perdido, era inevitável não falar de uma das estrelas da noite: o Robinho. Por um motivo simples: ele tinha brilho próprio. Apareceu com suas chuteiras laranjas, mexeu com a torcida, não se intimidou com os gritos de “Ei, Robinho vai tomar %¢¬£....” gritados pela torcida. Tinha, sobretudo, malandragem...
Os lances da vida
Pra muitos um estádio de futebol pode não ser o local ideal para pensar na vida, mas pra mim foi perfeito. Além do sentimento de liberdade e alegria daquele dia, pensei nessa malandragem saudável que o Robinho coloca em seu jogo... Uma espécie de habilidade daqueles que sabem o protocolo, sabem o beabá, mas que querem ir além. Que não se contentam com o pouco do fazer o que deve ser feito, mas fazer com diferencial, com paixão, com tesão e brilho no olho.
E não me refiro somente ao futebol. Me refiro às pessoas que sabem colocar vida em suas profissões, atividades, missões e fazem o diferencial: os mestres que mostram muito além dos livros, as mães em sua doação e jogo de cintura perante os contratempos da vida, os médicos que recuperam mais que a saúde e devolvem a esperança. É preciso muito mais do que saber fazer algo, é preciso fazer bem, com arte... Ter o feeling, ou a pegada da coisa. O Robinho tem.
Enfim, fica o recado para vocês, meninas: surgindo a oportunidade de ir a um estádio, aproveitem, com seus amigos, namorado... pode ser divertido! E segundo, fica a dica: quando a gente se envolve com um caminho, um projeto, a gente tem que se comprometer com ele, com responsabilidade, assumindo de forma completa, mas sem deixar de lado a arte, a alegria e a malandragem.
Um beijo e pedala Robinho!
Sol – A estreante nos estádios
3 comentários:
Bem hoje meu post é sobre futebol também... e evidente que entendo o lado bom do lazer de futebol.
23 de maio de 2010 às 22:18Bjs
Oi Sol,
23 de maio de 2010 às 23:34Adorei. Até já estive num estádio para ver jogo, mas não em grande estilo assim. Fiquei com vontade de me jogar num super clássico.
Me aguardem, hahahaha!!!
Beijos,
Bela - A Divorciada
Sensacional Sol. Descrição tão bela, singela e sucinta da emoção única que se sente em contato com o mundo da bola. Felizmente foi num jogaço (não um vasco x palmeiras, dia desses q deu sono em td mundo) com times aguerridos e jogadores malandros...moleques...que jogam bola como ninguém. Bom ver que no simples olhar, vc ainda consegue ter a capacidade de se deixar levar e apaixonar por este esporte, e ver além do óbvio: jogadores, campo, bola e trave. Enxergando a magia e a unicidade que este esporte tem. E se agora virou uma torcedora, começa a ver os jogos do Barcelona ou do Santos mesmo, pois as melhores jogadas tão saindo destes times.
25 de maio de 2010 às 01:02Abs e te+
Ass: O caçula
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